Dono da Rede TV justifica esquema na Secom e defende Fábio Wajngarten

Beneficiado com a publicidade do governo, Marcelo de Carvalho diz que "gente de bem" do meio empresarial evita entrar no governo para não ser alvos de "ataques" como os da Folha

Marcelo de Carvalho e Eduardo Bolsonaro (Reprodução/Rede TV)
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Apoiador de Jair Bolsonaro e um dos beneficiários do aumento de verba publicitária do governo para emissoras amigas, o empresário Marcelo de Carvalho, dono da Rede TV, saiu em defesa do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), Fabio Wajngarten, e tentou justificar no Twitter o esquema de corrupção que envolve o publicitário. "Fabio clara e transparentemente RENUNCIOU A DIREÇÃO DE SUAS EMPRESAS ANTES DES SUA NOMEAÇÃO e indicou um outro administrador para gerir seus negócios. EXATAMENTE COMO VERSA A LEI", tuitou em letras garrafais, omitindo porém que Wajngarten empregou em seu gabinete Samy Liberman, irmão de Fábio Liberman, que passou a ser controlador da FW Comunicação, empresa que recebe dinheiro de veículos de comunicação pelo serviço de “Controle da Concorrência” - os mesmos veículos que são beneficiados com as verdas publicitárias liberadas pelo secretário no governo. Para Carvalho, empresários não entram no governo por ganho financeiro. No entanto, ele leva em conta apenas os salários e não a influência sobre os polpudos recursos estatais, sobretudo na área da publicidade, como é o caso de Wajngarten. "Um empresário decente ao entrar para o governo não o faz por ganho financeiro. Ganharia muito mais na iniciativa privada. Faz para dar sua contribuição, saindo de sua zona de conforto para mudar o DESASTRE em que nos encontrávamos", tuitou. Segundo ele, "gente de bem" do meio empresarial evita entrar no governo para não ser alvos de "ataques" como os da Folha. "O Ataque da Folha a Fábio Wajngarten é um exemplo do porque gente de bem em sua grande maioria não ingressa no governo. Então ficamos por tantos anos com lixo, gente sem moral, desqualificados e incompetentes. Obviamente com algumas louváveis exceções", escreveu o empresário que deu horas e horas de destaques para o clã Bolsonaro na programação de sua concessão pública de TV.