Doria se manifesta a favor de impeachment de Bolsonaro

Enquanto PSDB diz que vai se reunir para avaliar impeachment, oposição pressiona pela queda do presidente

Foto: Marcos Corrêa/PR
Escrito en POLÍTICA el

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se manifestou nesta terça-feira (7), pela primeira vez, em favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi dada após o discurso golpista feito pelo mandatário diante dos atos deste 7 de Setembro.

"Minha posição é pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro - depois do que ouvi hoje ele claramente afronta a Constituição", afirmou o governador.

“Eu até hoje nunca havia feito nenhuma manifestação pró-impeachment, me mantive na neutralidade, entendendo que até aqui os fatos deveriam ser avaliados e julgados pelo Congresso Nacional, mas depois do que assisti e ouvi hoje, em Brasília, sem sequer estar ouvindo, ele, Bolsonaro, claramente afronta a Constituição, ele desafia a democracia e empareda a Suprema Corte brasileira", disse Doria.

O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, anunciou que a Executiva da legenda se reúne na quarta-feira (8) para deliberar sobre a posição diante de pedido de impeachment de Bolsonaro. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também sinalizou apoio à iniciativa: "Foi um erro colocar Bolsonaro no poder. Está cada vez mais claro que é um erro mantê-lo lá";

Em discurso feito em Brasília, o chefe do Executivo afirmou que não aceitará que qualquer autoridade tome medidas ou assine sentenças fora das quatro linhas da Constituição.

“Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse poder enquadra o seu ou esse poder pode sofrer aquilo que nós não queremos, porque nós valorizamos, reconhecemos e sabemos o valor de cada poder da República. Nós todos aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dele se enquadra ou pede pra sair”, ameaçou.

Oposição defende impeachment

O presidente ainda afirmou que pode convocar um Conselho da República, em uma clara tentativa de intimidar os outros poderes.

O líder da Minoria no Senado, Jean Paul Prates (PT-RN), é um dos integrantes desse conselho. Prates reagiu à declaração e defendeu o impeachment do presidente. Nesta terça, manifestantes da oposição foram às ruas no Grito dos Excluídos pedindo a queda do mandatário.

“Desconfio de um presidente que nunca prezou pela debate quando se propõe a reunir o Conselho da República. Minha posição é de defesa vigorosa da democracia e contrária a atos como os que estamos assistindo hoje, que só contribuem para a erosão de nossa sociedade. O Conselho é um órgão de assessoramento da Presidência da República. Bolsonaro pode ou não seguir suas orientações.  A minha seria: Renuncie, Presidente!", afirmou à Fórum.

"Nem morto, nem preso… derrotado ! Bolsonaro não precisa das urnas para ir de encontro ao seu destino mais. Tentou ir para o tudo ou nada e sai com as mãos vazias", completou.

"Os atos de hoje mostram que o presidente só consegue dialogar com a sua claque e não é isso que se espera de alguém que deva liderar o país. Bolsonaro, definitivamente perdeu as condições de governar e recuperar a economia e o país. Só restam duas alternativas para Bolsonaro depois do dia de hoje: renúncia ou impeachment! Como ele não é capaz deste gesto pela nação, cabe ao Congresso conduzir o processo de impeachment", disse ainda.

Com informações do G1