Doria afaga Moro e diz que negociaria "apoio com" Ciro Gomes

Vestindo a camisa do candidato da terceira via em entrevista a jornal da família Marinho, que controla a Globo, Doria é indagado sobre quase impossível segundo turno contra Bolsonaro e não deixa claro se "estaria disposto a pedir apoio a Lula".

João Doria e Sergio Moro (Foto: Divulgação)
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Em longa entrevista ao jornal Valor Econômico, da família Marinho, após vencer as prévias do PSDB para a disputa presidencial em 2022, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), falou da "amizade" com Sergio Moro (Podemos) e sinalizou que pode procurar o PDT para negociar apoio "com" Ciro Gomes (PDT), sem deixar claro quem apoiaria quem.

Indagado sobre a filiação de Moro ao Podemos, o tucano exaltou o ex-ministro de Jair Bolsonaro (Sem partido) e sinalizou "bom diálogo". Doria vem sendo especulado como suposto vice na chapa do ex-juiz, embora diga que não abrirá mão da sua candidatura.

"Tenho respeito e amizade com o Sérgio Moro. Entendo que ele deva fazer parte desse bom diálogo, nesse sentido democrático-liberal-social", disse.

Indagado se "negociaria apoio com o ex-ministro Ciro Gomes", o governador paulista reagiu positivamente.

"Se for necessário, sim. Não há razão para não ter um diálogo com Ciro".

Jornal fala de segundo turno entre Bolsonaro e Doria

Porta-voz do sistema Globo junto ao mercado financeiro, o Valor ainda indagou Doria sobre um quase impossível segundo turno entre ele e Bolsonaro.

Ao responder, o governador paulista, que criou a alcunha "BolsoDoria" nas eleições de 2018, não deixa claro se "estaria disposto a pedir apoio a Lula" no hipotético caso.

"O diálogo será sempre feito com quem merece o diálogo, com quem gosta, respeita e aprecia o diálogo. Populistas extremistas não gostam do diálogo. Gostam de impor suas posições, de determinar, de mandar, o que torna mais difícil o diálogo", respondeu, saindo pela tangente.

Na entrevista, Doria encaixa seu discurso como o candidato da terceira via buscada pela mídia liberal e diz que vai buscar construir alianças "com partidos de centro, centro-direita, centro-esquerda e até mesmo de direita e de esquerda, desde que estes estejam o mais longe dos extremos, longe dos extremistas e populistas Lula e Bolsonaro".

"A minha candidatura se posiciona frontalmente contra Lula e Bolsonaro. A minha posição é: combater os extremos. Bolsonaro vendeu um sonho e entregou um pesadelo. E Lula flertou com a corrupção do petrolão e do mensalão. Eu serei extremamente combativo contra Lula e contra Bolsonaro. Não esperem de mim nenhuma leniência, nenhuma tolerância, no debate com Lula e nem com Bolsonaro", afirmou.

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