Doria dá golpe ao colocar bolsonaristas na Paulista, diz líder de atos "Fora Bolsonaro"

Raimundo Bonfim diz que atos contra Bolsonaro na Paulista estão mantidos e que Doria se baseou em parecer distorcido pela PM. "A mesma polícia que diz que o 7 de Setembro é para os bolsonaristas é a mesma defende tanque nas ruas"

João Doria e Joice Hasselmann com apoiadores da campanha BolsoDoria (Arquivo)
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Coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, que organizam os atos contra Jair Bolsonaro no dia 7 de setembro, Raimundo Bonfim afirmou à Fórum na manhã desta segunda-feira (23) que o governador João Doria (PSDB) tenta um "golpe" ao destinar a Avenida Paulista apenas para os bolsonaristas no dia 7 de Setembro.

"O governador saiu com essa de que os bolsonaristas pediram a Paulista primeiro para enganar o grande público. Doria está dando um golpe", disse Bonfim.

Segundo ele, o argumento usado pelo 11º Batalhão da Polícia Militar, que embasa a decisão de João Doria, é que houve duplicidade de pedido para se manifestar na Paulista no dia 24 de julho, quando na verdade a disputa pela região, palco histórico das manifestações, se deu em 1º de Maio, quando apenas bolsonaristas estiveram na avenida.

"Há uma decisão judicial de que duas manifestações contrárias não podem ser marcadas no mesmo local ao mesmo tempo. A PM alega que o pedido de um cidadão por um ato pró-Bolsonaro gerou essa duplicidade em 24 de julho, quando fizemos nosso ato na Paulista. Na verdade, essa duplicidade ocorreu em 1º de Maio, quando os bolsonaristas fizeram seu ato. Dessa forma, a manifestação agora deve ser dos grupos contrários ao presidente", diz Bonfim.

A CMP e diversas entidades sociais protocolaram representação junto à Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo pedindo providências urgentes para o impasse criado em torno dos dois pedidos de atos.

Bonfim diz que as entidades confirmam o ato na Paulista do dia 7 e não vão desistir do direito de promover a mobilização.

"A mesma polícia que diz que o 7 de Setembro é para os bolsonaristas é a mesma defende tanque nas ruas", diz, relacionando ao comandante da PM no interior, coronel Alexksander Lacerda, que foi afastado da corporação na manhã desta segunda-feira (23) após convocar para os atos pró-Bolsonaro pedindo "tanques nas ruas".

Para ele, Doria quer, com a decisão, inflar os atos do dia 12 de setembro contra Bolsonaro, que foram marcados pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem pra Rua.

"O ato do dia 12 de setembro é um bode na sala. Doria quer é reatar com o MBL e o Vem Pra Rua e, por isso, tomou essa decisão".