Doria sinaliza que pode abrir mão de São Paulo por projeto presidencial

Em entrevista à Folha, Doria ainda admite o uso político da pandemia ao dizer que o "sucesso" na vacinação contra o Covid-19 poderá "nacionalizar seu nome"

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Criticado duramente durante as eleições por usar a prefeitura de São Paulo como trampolim político para as eleições ao governo do estado, abandonando a administração municipal em 2018 para assumir o Palácio dos Bandeirantes, João Doria (PSDB) afirmou que não será candidato à reeleição e sinalizou que deve abrir mão de São Paulo por um projeto nacional, colocando-se cada dia mais como o anti-Jair Bolsonaro.

"Você é que está falando. Eu sou contra a reeleição. Entendo que o Brasil, num momento futuro, deva discutir o fim da reeleição e mandatos de 5 anos. Por coerência, não serei candidato à reeleição", disse o tucano, quando confrontado pelo jornalista Igor Gielow, em entrevista na Folha de S.Paulo desta quarta-feira (2) sobre "o corolário" de que seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), é candidato ao governo do Estado, enquanto ele se lançaria a presidente.

Doria ainda admite o uso político da pandemia ao dizer que o "sucesso" na vacinação contra o Covid-19 poderá "nacionalizar seu nome".

"Poderá ser, embora o sentido não seja esse, o sentido é proteger e salvar vidas", disse o governador paulista.

Colocando-se como líder de uma frente ampla do "centro" contra Bolsonaro, Doria ainda admite conversar com "todos os nomes", em referência à citação do apresentador da Globo, Luciano Huck, e do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, mas ressalta que "personaliza" os atributos essenciais para ser o candidato à presidência do grupo.

"O melhor arranjo pelo Brasil é a defesa da democracia, o desapego a ideologias, a partidarismos sectários. Não personalizo antagonismos políticos. Sou um antiextremista, antipopulista, anticorrupção".