Dos deputados que julgarão Temer, 10% respondem a ações penais

Dos 513 parlamentares que julgarão o presidente peemedebista, 47 são réus e seis foram condenados à prisão, apesar de exercerem o mandato.

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Dos 513 parlamentares que julgarão o presidente peemedebista, 47 são réus e seis foram condenados à prisão, apesar de exercerem o mandato. Da Redação* Nada menos do que quase dez por cento dos 513 deputados que integram a Câmara Federal respondem a ações penais (processos) no Supremo Tribunal Federal (STF). E é justamente esse perfil de parlamentar que está incumbido de analisar a denúncia criminal contra o presidente Michel Temer (PMDB). Dos 47 réus, ao menos seis exercem o mandato, apesar de condenados à prisão (há, inclusive, um presidiário: Celso Jacob (PMDB-RJ) (foto). Por mais insólito que pareça, todos estão aptos a participar da votação. Estes deputados são acusados de corrupção, a exemplo de Temer, e outros crimes, como formação de quadrilha, peculato, delitos contra a administração pública em geral, entre outros. As ações penais são processos que podem resultar em condenação. Além disso, ainda existem 71 deputados investigados na Operação Lava Jato, a mesma que motivou a denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção e arrastou o presidente para o centro da crise política. Os dados fazem parte de levantamento exclusivo publicado na última edição da Revista Congresso em Foco. Presidiário A lista dos investigados que atuarão como juízes de Temer vai do deputado presidiário Celso Jacob (PMDB-RJ), que cumpre pena de sete anos de prisão no Complexo Penitenciário da Papuda à noite e exerce o mandato durante o dia, a integrantes da tropa de choque de Temer, como o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE), e Wladimir Costa (SD-PA), o deputado que tatuou o nome de Temer no ombro. A PGR já pediu a condenação de Wladimir, que é acusado de se apropriar de parte do salário de funcionários fantasmas de seu gabinete. Moura foi condenado por improbidade administrativa, na semana passada, pela Justiça de Sergipe à perda dos direitos políticos por irregularidades atribuídas a ele quando era prefeito de Pirambu (SE), entre 1997 e 2004, que causaram prejuízo de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos. Cabe recurso. Além de Celso Jacob, pelo menos outros cinco deputados condenados à prisão devem participar da votação da denúncia contra Temer: Paulo Maluf (PP-SP), Paulo Feijó (PR-RJ), João Rodrigues (PSD-SC), Roberto Góes (PDT-AP) e Alberto Fraga (DEM-DF). Os dois últimos tiveram a pena de prisão convertida em prestação de serviços, mas, assim como os colegas, recorrem no Supremo contra a condenação. Roberto Góes é o atual líder em processos no STF. Com 18 acusações criminais (dez ações penais e oito inquéritos), é acusado de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, lesão corporal, entre outros. Em maio de 2016, foi condenado a dois anos e oito meses de prisão por peculato, crime atribuído a ele no último ano de sua gestão como prefeito de Macapá. A sentença foi convertida em prestação de serviço, mas ele ainda recorre. *Com informações UOL Foto: Wikipedia/Commons