Em entrevista à rádio Bandeirantes nesta quarta-feira (29), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) chamou o presidente Jair Bolsonaro de ditador. De acordo com o pedetista, que concorreu contra o atual presidente nas eleições de 2018, o capitão da reserva, ao menosprezar as mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil, revela, na verdade, um "desespero".
"Outra fase de ditador é a impotência. Quando ele diz aquela frase, é porque está impotente, não sabe o que se fazer. 'E aí? O que posso fazer?'. Parece descaso, mas revela o pânico da cabeça de um ditador", disparou.
Ciro ainda tece críticas a Sérgio Moro, que deixou o governo Bolsonaro acusando o presidente de tentar interferir politicamente na PF. De acordo com o político, o ex-juiz, ao disparar contra seu ex-chefe, pensa somente em seu ego e em uma candidatura à presidência.
"Ele mesmo [Bolsonaro] criou esse monstro. Sérgio Moro não pensa no país, só no seu ego doentio, navegando na maionese de ser presidente da República. Bolsonaro fez esse saque, que abalou o capital político dele. Aquela conversa de 'nomear um meu ou um seu' é uma conversa de botequim. Estamos falando da Polícia Federal. Isso é uma conversa de dois despreparados, no meio de uma pandemia que matou 5 mil brasileiros", analisou.
O PDT de Ciro Gomes é o autor da ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na suspensão da nomeação Alexandre Ramagem, amigo da família Bolsonaro, para o cargo de diretor da Polícia Federal.
Na entrevista, Ciro elogiou a decisão do STF. "Toda a PF é construída na base do mérito, tem mecanismos extremamente profissionais que não pode ser jogado na lata".