"É possível ser democrático", diz Lula sobre encontro com FHC

Lula disse ainda que “era um prazer e era um luxo o Brasil ter o PT e o PSDB discutindo e disputando a Presidência”

Lula e FHC - Foto: Ricardo StuckertCréditos: Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, nesta quinta-feira (27), sobre seu encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para ele, a conversa não serviu para alimentar divergências passadas, mas sim as convergências.

“Quando resolvemos no encontrar, é porque tínhamos interesses comuns para discutir. O primeiro deles é o reestabelecimento da democracia no país. Eu digo sempre que era um prazer e era um luxo o Brasil ter o PT e o PSDB discutindo e disputando a Presidência. Era um partido que se dizia social-democrata e outro de esquerda. Era muito gratificante pro povo. Eu perdi duas vezes pro FHC e ganhei outras duas do PSDB e depois a Dilma ganhou mais duas vezes.

Lula lembrou ainda que “era um momento civilizatório desse país. E eu dizia pro FHC que é anormal, pra quem ama a democracia, o Brasil ter um presidente tipo Bolsonaro. Porque ele é a negação da política, negação da democracia, do humanismo. Ele é tudo o que a gente jamais esperava que fosse governar esse país”.

Ainda sobre o encontro, ele lembrou que “foi conversado sobre a necessidade da nossa continuidade de luta pela vacina, porque é a única coisa que pode dar a garantia que o povo possa voltar a ter tranquilidade. A gente discutiu também a questão do auxílio emergencial de R$ 600 para que as pessoas possam viver enquanto a pandemia durar. Terceiro a gente discutiu políticas de créditos para financiar pequenas e médias empresas e garantir que a democracia volte”.

Para Lula, a democracia pode voltar “ou através de uma decisão de uma CPI que diga que o Bolsonaro tem que sofrer impeachment, pode voltar através das eleições de 2022. Eu não sei qual é o jeito que ela vai voltar. A única coisa que eu tenho certeza é que não passará de 2022, porque não é o Lula que vai derrotar o Bolsonaro. É o povo brasileiro que vai dizer: ‘nós não merecemos isso. Nós gostamos de paz, esperança, amor, cultura. Nós gostamos de gostar’. É esse novo gesto do povo brasileiro, que não está baseado no ódio de 2014 nem de 2018 que vai permitir o povo brasileiro voltar a ser feliz e votar a sorrir”.

"Quando fui conversar com o FHC, jamais fui conversar para ele não ser candidato. Eu jamais iria pedir pra ele não apoiar o partido dele. O que eu fiz foi um gesto. A gente não precisa combinar sobre programa de governo, mas sobre viver de forma civilizada, mesmo na adversidade”, concluiu.

Assista à entrevista:

https://youtu.be/3nB38rQowSg

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