Editorial do Valor Econômico: “Os Bolsonaro atacam a imprensa e a democracia”

“Bolsonaro tem pouco apreço pela democracia, como demonstrou em seguidos discursos públicos a favor da ditadura e da tortura”, publicou o jornal

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O jornal Valor Econômico publicou editorial, nesta quarta-feira (24), com o título “Os Bolsonaro atacam a imprensa e a democracia”, onde afirma que “sinais ruins para a democracia continuam sendo emitidos pelo staff de campanha de Jair Bolsonaro (PSL)”. O Valor lembra que “Bolsonaro seguiu pondo em suspeição as urnas eletrônicas - e, portanto, o Tribunal encarregado de zelar por sua integridade. Nisso foi coerente com sua pregação anterior mesmo aos embates eleitorais, de que seria o vencedor e de que não aceitaria outro resultado. Esse destino, para ele, só seria frustrado por meio de fraudes” O texto adverte ainda que é muito mais grave, “o espírito do vídeo divulgado no fim de semana” e lembra que o deputado federal eleito, Eduardo Bolsonaro, “disse que para fechar o Supremo bastariam um soldado e um cabo e que a prisão de um ministro do STF”. O Valor diz ainda que a linguagem de guerra usada por Jair Bolsonaro “lembra a utilizada pela ditadura militar, defendida pelo candidato do PSL ao longo de seus obscuros 27 anos de mandato como deputado federal”, ao se referir a fala divulgada por ele para simpatizantes no domingo, na avenida Paulista, em São Paulo. O candidato afirmou na ocasião que “Lula e seu rival Haddad ‘apodrecerão na cadeia’, prometeu uma ‘faxina muito mais ampla’, em que ‘esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria’. O jornal lembra também que Bolsonaro, ao longo da campanha, “hostilizou e ameaçou vários órgãos de imprensa e no domingo nomeou a ‘Folha de S. Paulo’ como fonte de ‘fake news’, indigna de receber verbas da publicidade oficial”. O Valor Econômico encerra o seu editorial em tom de alerta: “Bolsonaro tem pouco apreço pela democracia, como demonstrou em seguidos discursos públicos a favor da ditadura e da tortura. As instituições democráticas, construídas após 21 anos dessa ditadura, poderão ser tensionadas se Bolsonaro for eleito e governar com o mesmo espírito com que disputou as eleições”.