Reportagem do Estadão deste domingo (22) revela que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, e a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) estão entre os alvos de investigação que apura ataques à Justiça Eleitoral.
O inquérito estava com o Ministério Público Federal (MPF), mas foi enviada à Procuradoria Geral da República (PGR) porque entre os investigados há deputados, que, portanto, têm foro privilegiado. Além de Eduardo e Carla, o jornal diz que também fazem parte da apuração publicações dos bolsonaristas Bia Kicis (PSL-DF) e Filipe Barros (PSL-PR). Se a investigação resultar em processo, a lei exige que a denúncia parta da PGR e que a ação seja apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A ação foi iniciada por representação feita pela SaferNet Brasil. A entidade tem colaboração formal com o MPF para monitorar a desinformação nas eleições. Ao analisar os documentos enviados pela SaferNet, o vice-procurador-geral eleitoral, Renato Brill de Góes, encontrou publicações dos quatro deputados. Por isso, ele enviou o inquérito nesta sexta-feira (20) ao procurador-geral da República, Augusto Aras, segundo o Estadão.
No domingo (15), dia das eleições, houve vazamento de dados de servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, o site do tribunal sofreu ataque que sobrecarregou e dificultou a consulta aos serviços ali disponíveis.
Depois de encerrada a votação, o supercomputador da corte teve problemas ao totalizar os resultados enviados pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Contudo, nenhum desses eventos, segundo o TSE, influiu no resultado das eleições. A Polícia Federal (PF) apura se houve ataque hacker aos sistemas do tribunal e quem os teria atacado.
No entanto, calcado nesses eventos, foi desencadeada uma campanha nas redes bolsonaristas, de acordo com o monitoramento da SaferNet. Os ataques colocavam em dúvida a lisura e a segurança das urnas eletrônicas e das apurações.
Postagens sobre o tema
Eduardo fez várias publicações sobre o assunto das eleições nas redes sociais na última semana. Na quarta-feira, republicou uma postagem do blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, que é alvo de investigação por disseminar fake news, em que levantava dúvida sobre a apuração das eleições.
Nos dias seguintes, suas publicações sobre o tema seguiam colocando em xeque a segurança do pleito.
Carla Zambelli também foi ao assunto em publicações, a maioria defendendo que o voto seja impresso para que o eleitor tenha “garantia” de que ele foi computado corretamente.