Eduardo Bolsonaro e "herdeiro do trono" farão sessão solene em homenagem a Princesa Isabel

13 de Maio, que marca a sanção da lei que oficialmente aboliu a escravidão, no entanto não é comemorado pelo movimento negro: "Tais homenagens representam um insulto à população negra", dizem procuradoras em artigo

Luis Phillipe Orleans e Bragança e Eduardo Bolsonaro, que farão homenagem a princesa Isabel (Montagem)
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Os deputados federais Eduardo Bolsonaro e Luiz Philippe de Orleans e Bragança, do PSL de São Paulo, estão convocando parlamentares e amigos para uma sessão solene nesta terça-feira (14) em homenagem à Princesa Isabel, pelos 131 anos de assinatura da Lei Áurea, que oficialmente aboliu a escravidão, completados nesta segunda-feira (13). "Há 131 anos, minha trisavó, Princesa Isabel do Brasil, assinou a Lei Áurea, que decretou a libertação dos escravos no país. Convido a todos para uma sessão solene que prestará homenagem", tuitou o deputado herdeiro, com imagem do convite. O filho de Jair Bolsonaro também convocou pelo Twitter pelo ato em homenagem à princesa. "Junto com o dep. fed. e príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança @lpbragancabr celebraremos em sessão solene da Câmara os 131 anos do fim da escravidão no Brasil assinada pela princesa Isabel. Será nesta terça-feira, 11:00h, compareça", tuitou Eduardo. A data em que oficialmente foi decretado o fim da escravidão no Brasil, no entanto, não é comemorada pelo movimento negro. A razão é o tratamento dispensado aos que se tornaram ex-escravos no País. "É desrespeitoso com a luta histórica dos movimentos negros e incompatível com os princípios constitucionais de igualdade e não discriminação a celebração da assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel no dia 13 de maio", afirmam Elisiane Santos e Ludmila Reis Brito Lopes, procuradoras do Trabalho, integrantes do Grupo de Trabalho de Raça da COORDIGUALDADE – Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho do Ministério Público do Trabalho, em artigo no portal Geledés nesta segunda-feira (13). Segundo elas, "tais homenagens representam um insulto à população negra, reforçando o racismo estrutural, com a omissão de fatos históricos que constituem direitos fundamentais à memória, informação, cultura e cidadania do povo brasileiro" (leia o artigo na íntegra).