Eduardo Bolsonaro propôs "dia da OCDE" uma semana antes de recuo de Trump

O projeto de Eduardo Bolsonaro, recusado por desrespeitar lei vigente, demonstra a euforia do governo com a possibilidade de entrar logo na OCDE

Eduardo Bolsonaro (Foto: Paola de Orte/Agência Brasil)
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados no dia 1º de outubro em propondo a criação do "Dia da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)". O documento - recusado por contrariar lei que regula datas comemorativas - demonstra a euforia em que o governo Bolsonaro se encontrava com a possível entrada na organização, que foi adiada após recuo do presidente Donald Trump, dos EUA. O projeto de lei 5302/2019, que foi rejeitado pela mesa da Câmara dos Deputados por não respeitar a lei 12.345/2010, argumenta que a "OCDE constitui fórum em que governos podem trocar experiências e buscar soluções para desafios comuns" e "estabelece padrões internacionais". Eduardo ainda fala sobre uma possível entrada do Brasil na organização, solicitada pelo presidente Michel Temer em 2017 e que, segundo o presidente Jair Bolsonaro, estaria próxima devido a boa relação com Trump. "Quando for aceito, o Brasil passará a ter voz e voto, influenciando, sobremaneira, nos debates globais e no estabelecimento e revisão de padrões da organização", diz o projeto de Eduardo. "Como símbolo da conjugação de esforços entre os Poderes Executivo e Legislativo para a acessão do Brasil àquela organização internacional, propomos o Dia da OCDE no Brasil", finaliza o parlamentar, mostrando que tinha grandes expectativas de que o país entraria logo na organização. O recuo de Trump sobre a adesão do Brasil afetou diretamente a postulação do filho 03 do presidente Jair Bolsonaro ao cargo de embaixador brasileiro nos Estados Unidos. Segundo aliados, a situação está bem mais difícil. “Vejo com muita dificuldade a aprovação. Converso muito nos bastidores, já estava complicado. Mas, hoje, com a negativa da OCDE, aprovar Eduardo seria para atender a um interesse pessoal do presidente”, declarou o senador Major Olímpio (PSL-SP), líder do PSL no Senado.