Eduardo Bolsonaro: Reforma da Previdência "é uma medida impopular que o Brasil precisa tomar"

Sobre as relações com o guru ultra-liberal Steve Bannon - que quer trazer O Movimento, organização internacional de extrema-direita para o Brasil -, Eduardo disse que ele é uma pessoa que "entende a guerra cultural que vivemos".

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Em entrevista aos jornalistas Catarina Alencastro e Bruno Góes, no jornal O Globo desta quinta-feira (31), o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL/RJ) disse que Paulo Guedes, guru econômico e futuro superministro da Economia de Jair Bolsonaro (PSL), já articula a aprovação de uma Reforma da Previdência para este ano, antes mesmo do capitão da reserva assumir o mandato. "O Paulo Guedes está articulando para ver se coloca adiante uma suave reforma da Previdência, em que deixaria confortável os deputados a votar. Deve estar trabalhando um texto pra ver a viabilidade disso junto ao atual governo. Isso daria um fôlego, e a gente não chegaria já com a faca no pescoço para votar uma reforma", afirmou o filho de Bolsonaro. O deputado, que diz que terá uma liderança informal na Câmara em razão da relação com o pai na presidência, disse que a reforma será trabalhada "junto à sociedade" para deixar os parlamentares mais à vontade para votarem. "A esquerda rapidamente conseguiu convencer os brasileiros de que a proposta era a aposentadoria aos 65 anos de idade (como idade mínima). Nenhum deputado ficou confortável para votar. Para além disso, a gente acredita que a proposta do Paulo Guedes será diferente", ressaltando, porém, que ela não deve agradar a população. "Agora, não se enganem. É uma medida impopular que o Brasil precisa tomar". Guerra cultural Sobre as relações com o guru ultra-liberal Steve Bannon - que quer trazer O Movimento, organização internacional de extrema-direita para o Brasil -, Eduardo disse que ele é uma pessoa que "entende a guerra cultural que vivemos". "É uma pessoa que tem noção da guerra cultural que nós vivemos. Tenho contato com o filho dele, o Luciano. Estou em contato com o (líder da extrema-direita italiana, Matteo) Salvini, na Itália, tenho algumas outras pessoas no Chile, na Colômbia, até mesmo na Venezuela, o pessoal exilado. Vamos estar em conexão". O parlamentar disse ainda que Bolsonaro deve - a exemplo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - usar as redes sociais, em vez da imprensa, para se comunicar com a população. "Se ele sentiu que está sendo radicalizado, que estão criticando sem fundamento, é natural que ele corra para dar atenção às redes sociais". Segundo ele, as redes sociais mudaram o cenário político. "As nossas redes sociais são grandes porque temos uma conexão com o povo. Elas são o nosso elo de transparência. Quando explicarmos as reformas, os nossos eleitores ficarão cientes. Certamente funcionará com agentes multiplicadores. Nem vou expor os colegas deputados, mas aqueles que forem contra, certamente vão ter que explicar a posição. Não deixa de ser uma maneira de pressionar. A rede social mudou o cenário político, elegeu um presidente. Jair Bolsonaro tem que dar satisfação. É o contato dele com o povo (por meio da rede social)". A exemplo do paí, Eduardo também expôs que a convivência com a oposição não será nada republicana. "A oposição tem o espaço dela: a tribuna, o tempo de liderança. Eles têm as redes sociais deles também, frequentemente são os atores políticos que merecem e estão dando entrevistas. Isso continua. Se a oposição quiser conversar e disser que o MST é um movimento justo e que invadir terra é um protesto válido, não tem como conversar". Leia a entrevista completa.