
Em entrevista ao programa Roda Viva, na noite desta segunda-feira (23), o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, afirmou, em resposta à pergunta de um jornalista, que governaria, caso eleito, com responsabilidade fiscal.
“Responsabilidade fiscal não pode significar irresponsabilidade social”, ponderou.
Em outro momento da entrevista, Boulos ainda rebateu as acusações de que ele seria “radical”. “Tentar me imputar de forma negativa a pecha de radical ou extremista só expressa o que está passando o país. Eu luto há 20 anos para que as pessoas tenham um teto. Isso é radicalismo? Eu luto para que as pessoas tenham saúde de qualidade. Isso tá na Constituição. Querer tachar essas bandeiras de radicais é a expressão do quanto a gente recuou em termos de sensibilidade humana”.
Durante sua participação no programa, Boulos falou ainda sobre seus planos para a prefeitura na temática antirracista. Ele criticou o prefeito Bruno Covas (PSDB), que antes dele havia afirmado que baixou um decreto reconhecendo a existência do racismo estrutural.
“Racismo estrutural não se resolve por decreto. Se resolve com políticas concretas. Um dos pontos que está no nosso plano de governo, construído com o movimento negro, é a recriação da secretaria de Igualdade Racial, que o Bruno e o Doria acabaram. Mas temos que ir além: a politica de combate ao racismo não pode ser só uma secretaria, tem que ser transversal, com presença de pessoas negras no secretariado. E com ações em várias áreas, como na educação”, afirmou, dizendo também que implantará o ensino de história africana nas escolas e que adotará a formação antirracista na Guarda Civil Municipal.
Outro ponto de destaque na entrevista de Boulos foi o momento em que a âncora do programa, a jornalista Vera Magalhães, perguntou se “não parece utópico esse mundo meio colorido” que o candidato do PSOL estaria “pintando nessa sua nova fase paz e amor”.
Boulos, então, foi enfático: “Vera, meus momentos de ver mais colorido é quando olho a propaganda do Bruno. gostaria tanto de morar naquela cidade. É hospital novo, sobra médico… Pena que não é a São Paulo real”.