Eleitor de Bolsonaro, barbeiro diz que matou mestre de capoeira por motivação política

O bolsonarista, que matou o ativista negro com 12 facadas, chegou ao bar declarando voto no capitão da reserva e disse que "o Brasil precisa se livrar do PT".

Paulo Sérgio Ferreira de Santana que matou Moa do Katendê (Montagem)
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Eleitor do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, confessou que matou o mestre de capoeira e ativista cultural negro Romualdo Rosário da Costa, 63, conhecido como Moa do Katendê, por motivação política, na madrugada de segunda-feira (8), em um bar próximo ao Dique do Tororó, em Salvador. O bolsonarista, segundo testemunhas, chegou ao bar declarando voto no capitão da reserva e disse que "o Brasil precisa se livrar do PT". O dono do bar, eleitor de Fernando Haddad (PT), discordou, quando começou uma discussão. Moa teria entrado na discussão e criticado Bolsonaro. Após a discussão, o barbeiro buscou uma peixeira, voltou para o bar e deu 12 facadas no mestre de capoeira. Um primo do mestre de capoeira, que tentou defendê-lo do ataque, também foi ferido. Germinio Pereira tem 51 anos e foi atingido no braço e levado ao Hospital Geral do Estado (HGE). Ele está sedado, não corre risco de vida. Paulo Sérgio voltou para a casa após o crime, mas deixou um rastro de sangue. Em nota, a Polícia Militar da Bahia (PM-BA) informou que, quando foi encontrado, Paulo Sérgio já estava com uma mochila com roupas no intuito de fugir. Enterro O enterro de Moa do Katendê aconteceu nesta segunda-feira, às 16h, no cemitério da Ordem 3ª de São Francisco, na região da Baixa de Quintas. Mestre Moa do Katendê nasceu em Salvador, em 29 de outubro de 1954, no Dique do Tororó, próximo ao estádio da Fonte Nova. Na capital baiana, conviveu com nomes históricos da da capoeira, os mestres Pastinha, Bimba, Gato, Canjiquinha, Valdemar e outros. Foi aluno diplomado pelo mestre Bobó e iniciou-se na arte da capoeira aos oito oito anos de idade na Academia Capoeira Angola 5 estrelas. Ligado a movimentos culturais em Salvador e à militância negra, ele é descrito como "batalhador" e "homem aguerrido" por conhecidos e companheiros de militância. Com informações do Portal Terra