Eleitores indecisos enviam questionários para candidatos ao legislativo

Depois de terem as respostas, eles compartilharam os resultados com amigos e parentes

urna eletrônica. Foto: Nelson Jr./ ASICS/TSE
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Alguns eleitores se mostram indecisos na hora de escolher candidatos para o legislativo. Por conta disso, alguns deles resolveram fazer questionários sobre questões que acham importantes e enviar para aqueles que disputam as eleições. Depois de conseguir as respostas, eles decidiram compartilhar com amigos e parentes, para ajudar a informar sua rede de contatos sobre as eleições. O analista de dados Valter dos Santos Bigeli, de 33 anos, fez isso neste pleito. Segundo ele, a ideia veio depois de querer checar fake news e do fato de ele entrar em contato com políticos em geral por ser uma pessoa preocupada com a política. “Inicialmente queria criar um site, mas como só tinha pouco tempo decidi colocar no Google Drive mesmo já que qualquer pessoa poderia acessar as respostas”, explica. Segundo Bigeli, ele entrou no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e viu que lá estava disponível para download a lista contato de todos os candidatos e partidos. “Inicialmente, eu queria enviar para todos os candidatos de todos os partidos. Porém, como eram muitos, decidi focar somente nos candidatos de São Paulo que é o estado que eu voto”, conta. De acordo com ele, a quantidade de respostas foram poucas: apenas nove de cerca de 4 mil e-mails responderam a ele até o momento. “Muitos nem sequer chegaram ao destinatário, pois o e-mail informado no site do TSE estava incorreto”, diz. Porém, o eleitor acredita que as respostas que recebeu foram “bem sinceras e honestas”. “Alguns dizendo até que não tinha conhecimento sobre o tema de algumas perguntas e outras até superaram minha expectativa e me fizeram repensar algumas ideias que tinha sobre alguns temas”, afirma o analista de dados que tinha como intenção conhecer o posicionamento dos candidatos. “Quando se trata do legislativo, tudo o que sabemos é o nome e número. Fiquei satisfeito com as respostas que recebi pois deu pra ter uma ideia melhor do que pensam e resultado mostrou que tem gente séria e capaz, mas temos que fazer nossa parte também pesquisando e questionado”, diz o eleitor que compartilhou as respostas com todos seus amigos e familiares. Essa iniciativa também foi tomada pelo executivo de vendas Vinicius Rodrigues Correia, de 41 anos. Ele pesquisou alguns candidatos que tinham propostas alinhadas às suas posições e fez uma lista com nomes que tivessem ficha limpa, biografia impecável e propostas voltadas para educação, saúde e reforma política. “Percebi que a grande maioria não abordava de forma clara questões como: voto distrital misto e parlamentarismo. Então, resolvi perguntar a estes candidatos sobre o que eles pensam sobre o tema. Não tive grandes dificuldades para contatá-los, usei as redes sociais e seus sites, obtive retorno em poucos dias da maioria deles”, diz. Segundo ele, compartilhar as respostas com seus amigos foi bom para que eles tivessem a oportunidade de refletir mais sobre o tema e conferir se seus candidatos também estão alinhados ou não com suas convicções. Agora, Rodrigues diz estar mais confiante para fazer sua escolha no domingo, mesmo dizendo que desde 2013 vem se interessando bastante por saber mais sobre os candidatos que irá votar e por política de um modo geral. “Encontrei muita gente boa, gente nova, de fora da política tradicional, gente da sociedade civil com boas propostas e biografias. Infelizmente não dá pra votar em todos”, explica o eleitor que diz já ter decidido em quem irá votar para todos os cargos que disputam as eleições deste ano. Um candidato que recebeu perguntas dos dois eleitores e que respondeu a elas foi Wellington Nogueira (Rede), candidato à deputado federal. Segundo ele, é importante que exista um canal de comunicação entre o eleitor e o candidato para dar maior proximidade. Para ele, é fundamental que seja possível ouvir as ideias da pessoa que eles irão escolher para representar. “Muitas delas falaram: ‘eu vou cobrar você por isso’”, afirma.