Elio Gaspari diz que conceder prisão domiciliar a Lula seria um gesto de pacificação histórico

"Afinal, no ano passado 45% dos eleitores, não podendo votar nele, votaram no seu candidato”, lembra o jornalista

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
Escrito en POLÍTICA el
O colunista Elio Gaspari afirmou, em sua coluna na Folha desta quarta-feira (3), que conceder prisão domiciliar para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria um gesto de pacificação histórico. Gaspari lembra que no próximo domingo Lula completará um ano na prisão. “Sua situação é inédita na história do Brasil e essa circunstância sobrepõe-se aos aspectos jurídicos, porque a decisão dos magistrados um dia será uma nota de pé de página na narrativa de um fato maior”, afirma. Após dar uma série de exemplos históricos, o jornalista lembra que “Lula encarcerado não faz bem à história do país, como não faz bem a lembrança de que João Goulart morreu na Argentina depois de 12 anos de desterro". Em uma referência clara ao presidente Jair Bolsonaro, seu filhos e correligionários mais próximos, Gaspari lembra que “para quem vive com a cabeça quente, Lula deve ‘apodrecer na cadeia’. Quando as cabeças esfriam, as coisas voltam para seu lugar”, adverte. Ao defender a transferência de Lula para o regime de prisão domiciliar, o colunista dá as condições: “Nele só poderia receber um número fixo de visitantes. (Em 2017, quando Marcelo Odebrecht passou a cumprir a pena em casa, tinha direito a 15 visitantes previamente listados.)”, recorda. Ao final, arremata: “Lula em casa seria um gesto de pacificação histórica. Afinal, no ano passado 45% dos eleitores, não podendo votar nele, votaram no seu candidato”, encerra.