Crítico ferrenho da Operação Lava Jato, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estaria preparando uma devassa contra o procuradores envolvidos na operação e o ex-juiz Sergio Moro.
Segundo informações do colunista Elio Gaspari, da Folha de S. Paulo, o habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Lula pedido a suspeição de Moro será pautado na Segunda Turma nas próximas semanas. Gilmar havia pedido vistas do processo.
Mendes declarou, em entrevista concedida recentemente a Nathalia Passarinho, da BBC News Brasil, que a Operação Lava Jato “apoiou a eleição de Jair Bolsonaro”, “atuou na prisão de Lula”, “tentou influenciar o processe eleitoral” e “agiu para perturbar o país” durante o governo de Michel Temer (MDB).
O ministro diz que seu voto no caso está “praticamente pronto”, mas o magistrado confidenciou a auxiliares que, a cada dia, coloca uma informação nova em sua manifestação. Quando fala sobre o julgamento, o ministro diz que esse caso ultrapassou a “questão Lula” e se tornou algo “muito maior”. Durante votação que confirmou a liberação material da Operação Spoofing para a defesa de Lula, ele detonou a Lava Jato.
Segundo Gaspari, Mendes estaria passando um pente-fino nas mensagens trocadas entre Moro e procuradores flagradas na Spoofing para promover uma "Lava Jato da Lava Jato".
Placar do HC da suspeição
Até o momento, Edson Fachin e Carmen Lúcia votaram contra a matéria, enquanto Ricardo Lewandowski foi favorável. A expectativa é que Gilmar e Nunes Marquem mudem o resultado parcial e suspendam o processo.
Há apostas, inclusive, sobre uma possível mudança de postura da ministra Carmen, tendo em vista as críticas sutis feitas por ela à Lava Jato diante da votação sobre os dados da Spoofing.