Em 2018, Dallagnol comemorou derrota de petistas e vitória de Witzel, afastado por corrupção

"A gente tem que fazer uma janta de comemoração”, escreveu o coordenador da Lava Jato em grupo de procuradores

Deltan Dallagnol - Foto: Vladimir Platonow/Agência Brasil
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Em 7 de outubro de 2018, data do primeiro-turno das eleições gerais daquele ano, o procurador Deltan Dallagnol, então coordenador da força-tarefa da Lava Jato, não escondeu a euforia diante dos resultados que se apresentavam.

Mensagens obtidas pelo jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil, mostram o procurador comemorando a derrota de alguns candidatos ao Senado Federal e exaltando a ida do então candidato à governador Wilson Witzel (PSC) ao segundo turno do Rio de Janeiro. O chato aconteceu em grupo de Telegram com outros membros do MPF.

“[Roberto] Requião e Beto [Richa] fora [do Senado]. Tamo comemorando aqui. Comedido kkkk. Acho q pra fora temos q ser mto cuidadosos. Mas a gente tem que fazer uma janta de comemoração”, escreveu o procurador.

"Vamos relacionar as notícias boas. 1. Beto Richa fora 2. Requião fora 3. Delcidio [do Amaral] fora 4. Filhos de [Sérgio] Cabral e [Eduardo] Cunha fora 5. [Wilson] Witzel indo pro 2º no RJ 6. Lindbergh [Farias] fora 7. Dilma [Rousseff] fora 8. Pimentel fora 9. [Vanessa] Graziotin fora”, completou.

A celebração da conquista de Witzel é o que mais chama a atenção. Com um discurso muito alinhado com o presidente Jair Bolsonaro e prometendo combater a corrupção, o candidato conquistou a liderança no primeiro turno e venceu no segundo.

Em 2020, o governador do Rio foi afastado de suas funções por denúncias de esquema corrupção com o superfaturamento de respiradores que seriam usados para combater a Covid-19. Ele ainda enfrenta um processo de impeachment.

Ainda no Rio de Janeiro, Deltan comemora a derrota de Lindbergh Farias (PT) que buscava reeleição no Senado. No lugar do parlamentar, assumiram duas figuras ligadas a Bolsonaro: Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD).

A celebração efusiva do procurador chegou a incomodar um colega. "Delta comemore mas com pudor p não parecer q está comemorando Bolsonaro”, disse um contato identificado como Paulo.