Em Alagoas, outdoors cobram Lira pela abertura do impeachment de Bolsonaro

“Como você quer entrar para a história, Arthur Lira? Cúmplice de um genocídio ou responsável por abrir o impeachment de um criminoso!”?, questiona mensagem espalhada em Arapiraca, um dos redutos eleitorais do presidente da Câmara

Foto: Reprodução
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Em consequência da recusa do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), em pautar um dos processos que pedem o impeachment de Jair Bolsonaro, um grupo de ativistas espalhou vários outdoors em Alagoas, com o objetivo de cobrar o parlamentar.

Em dos principais redutos eleitorais de Lira, o município de Arapiraca, terceira cidade que mais deu votos ao deputado em 2018, quatro painéis foram colocados em locais estratégicos.

“Mais de 500 mil mortes. Como você quer entrar para a história, Arthur Lira? Cúmplice de um genocídio ou responsável por abrir o impeachment de um criminoso. Os dois não dá!”, diz uma das mensagens. “Lira, está em suas mãos! Aceite o impeachment”, destaca outra.

A campanha, chamada “Superimpeachment”, foi articulada pelos movimentos Acredito, Agora, Bancada Ativista, Muitas, Ocupa Política, Nossas, União Nacional dos Estudantes (UNE) e 342 Artes, além de contar com apoio de mais de 115 organizações. A arte dos outdoors é de Alexandre Boaventura, líder estadual do Acredito.

“Esta é uma iniciativa independente de apoio ao superpedido de impeachment, mas está no caldo das manifestações e coalizão de entidades. O Lira está meio irredutível, dizendo que não vê materialidade e pressão para o impeachment, então a gente resolveu pressionar na base, no reduto eleitoral dele, para ver se ele se sensibiliza. O que não dá é pra ele não deliberar”, declarou, ao O Globo, o advogado Lucas Paulino, integrante do Movimento Acredito e um dos idealizadores da ação.

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“Não há justificativa”

Em entrevista à rádio Jovem Pan, na manhã desta terça-feira (6), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lita (PP-AL), disse que “não há justificativa para abrir processo de impeachment neste momento”.

A declaração foi dada mesmo diante de todas as provas de ingerência e de medidas desastrosas tomadas deliberadamente por Jair Bolsonaro na condução da pandemia da Covid-19, além dos escândalos de compra de vacinas por meio de contratos fraudulentos superfaturados e as recentes denúncias.

Mais recentemente, novas denúncias embasadas em áudios de ex-colaboradores, que apontam o atual ocupante do Palácio do Planalto como chefe de um esquema criminoso de desvio de salários de servidores de seu gabinete e de seus filhos, quando ele ainda era deputado federal, as chamadas “rachadinhas”.