Em carta, Anistia Internacional alerta Macri sobre “retórica hostil aos Direito Humanos” de Bolsonaro

Diretora da Anistia Internacional em Buenos Aires, Mariela Belski afirma que Bolsonaro estimula "a proliferação de discursos de ódio, polarizando a sociedade e legitimando várias violações aos direitos humanos”

Bolsonaro e Maurício Macri (Arquivo/PR)
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A Anistia Internacional enviou uma carta ao presidente Mauricio Macri, através de seu escritório em Buenos Aires, para alertá-lo a respeito de uma série de “preocupantes” situações e políticas impulsadas no Brasil em matéria de direitos humanos, adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro que visitará a Casa Rosada nesta quinta-feira (6). Vinicius Sartorato: Protestos esperam Bolsonaro na Argentina; visita visa agradar mercado e dar “vida extra” a Macri O objetivo da carta foi o de formalizar o pedido para que o mandatário argentino mencione os problemas existentes no Brasil durante o encontro que os dois terão esta tarde. A diretora da Anistia Internacional em Buenos Aires, Mariela Belski, considera que Bolsonaro possui “uma retórica hostil aos direitos humanos, estimulando a proliferação de discursos de ódio, polarizando a sociedade e legitimando várias violações aos direitos humanos”. Outra questão preocupante para a organização, segundo a carta entregue a Macri, é a das políticas de Bolsonaro de facilitação do acesso às armas de fogo. O texto diz que “o aumento da circulação das armas de fogo está diretamente relacionado ao crescimento da criminalidade e da insegurança”, além de contribuir com “a letalidade das ações da polícia”. Finalmente, a carta pede a Macri que inclua nas conversas entre ambos a preocupação por “certas medidas que atentam contra os direitos à verdade, justiça e reparação das vítimas de delitos cometidos pelo Estado durante o regime militar brasileiro (1964-1985)”, e recorda que Bolsonaro costuma fazer apologias à ditadura em seu país, além de ter sido um crítico ferrenho do trabalho da Comissão Nacional da Verdade. Também pede que conscientize o colega brasileiros sobre suas “tentativas de intromissão indevida no trabalho das organizações da sociedade civil que operam no Brasil”. Com informações do Perfil.