Em coro com Paulo Guedes, Dias Toffoli defende "mais mercado e menos Estado"

Mostrando intimidade com Bolsonaro, a quem se refere como Jair, Dias Toffoli ainda disse que vê no governo do capitão a chance para os militares "virarem a página". "Eu sempre trabalhei com militares. São pessoas extremamente qualificadas, leais, defensores da democracia

Dias Toffoli e Paulo Guedes (Agência Brasil)
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Atacado e recebendo ameaças de grupos ligados a Jair Bolsonaro (PSL), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) faz questão de mostrar que quando os assuntos são relacionados à economia e à caserna está em linha com o governo, mostrando que está ao lado do sistema financeiro e dos militares, mesmo tendo sido gestado na vida pública na gestão de Luiza Erundina (então PT, hoje PSol) na prefeitura de São Paulo. Em entrevista a Malu Delgado e Monica Gugliano, na edição desta sexta-feira (26) do Valor Econômico, Dias Toffoli se assume como um "liberal clássico" e faz coro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, formado nas cadeiras neoliberais da Escola de Chicago. "Nós temos que ter mais mercado, mais sociedade e menos Estado", declarou, gabando-se de ter sido classificado pelo próprio Guedes como mais radical que o próprio ministro na defesa do chamado "livre mercado". "Você está mais liberal do que eu, ele me disse num jantar", sobre a fala do ministro de Bolsonaro. Após minimizar o golpe de 64, em declaração no ano passado, Toffoli admitiu a "ruptura" na entrevista, mas salientou que "Os dois lados erraram. Ficou conveniente para todo mundo dizer que a culpa era só dos militares. Teve culpa do PIB paulista, teve culpa da esquerda". Mostrando intimidade com Bolsonaro, a quem se refere como Jair, Dias Toffoli ainda disse que vê no governo do capitão a chance para os militares "virarem a página". "Eu sempre trabalhei com militares. São pessoas extremamente qualificadas, leais, defensores da democracia. Eles vão para a reserva e tem espírito de serviço público. Às vezes eles são subaproveitados por conta do preço que pagaram no passado de terem ficado 21 anos no poder, e se criou um certo preconceito." Leia a entrevista na íntegra