Em crise, Correios investem R$ 3 milhões de patrocínio em sociedade filatélica

O projeto patrocinado pelos Correios é realizado pela empresa RTB Assessoria em Eventos Culturais Eireli, com sede em Valinhos, cujo dono é Reinaldo Estevão de Macedo, presidente da Federação Brasileira de Filatelia (FEBRAF).

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O projeto patrocinado pelos Correios é realizado pela empresa RTB Assessoria em Eventos Culturais Eireli, com sede em Valinhos, cujo dono é Reinaldo Estevão de Macedo, presidente da Federação Brasileira de Filatelia (FEBRAF). Da Redação Em plena crise, com agências fechadas, falta de carteiros e encomendas atrasadas, a Empresa de Correios e Telégrafos publicou nesta terça-feira (21), no Diário Oficial da União, um Extrato de Inexigibilidade de Licitação – quando desobriga  a administração de realizar o procedimento licitatório – no valor de R$ 3 milhões, para um contrato de patrocínio do projeto Colecionar 2017. O projeto é realizado pela Federação Brasileira de Filatelia (FEBRAF), cujo presidente é Reinaldo Estevão de Macedo (foto). Reinaldo é também o proprietário da RTB. A empresa foi aberta em 19/1/2017, com capital social de R$ 93.700,00 (Noventa e três mil e setecentos reais). Apesar de ser uma empresa muito pequena, conseguiu levantar R$ 3 milhões junto aos Correios para patrocinar o seu evento. Para se ter uma ideia da disparidade, a estatal mantém uma série de patrocínios. Entre eles, acabou de renovar, em fevereiro, o contrato por dois anos com a Confederação Brasileira de Handebol, no valor de R$ 1,6 milhão ao ano e com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, no valor de R$ 5,7 milhões ao ano. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, através de sua assessoria de imprensa, informou que: O projeto Colecionar 2017 é uma exposição internacional que reúne diversas classes de colecionismo como: selos, numismática (moedas e cédulas), salão de carros antigos, orquídeas e artesanato, em Brasília/DF. O investimento será utilizado para as partes estruturantes do evento. Foi avaliado pela empresa que o projeto Colecionar 2017 pode estreitar o relacionamento com públicos e clientes estratégicos, resgatar a essência do colecionismo e a importância da filatelia no contexto histórico, além de divulgar a marca Correios, gerando a possibilidade de retorno institucional e mercadológico para a empresa. Com esse tipo de evento, os Correios cumprem seu papel de fomentar a filatelia, apresentando-a como arte e instrumento pedagógico. O Colecionar 2017 também gerará negócios para os Correios, estimulando o consumo dos colecionadores de produtos filatélicos nacionais, disseminando a prática da arte de colecionar selos postais. Além disso, a filatelia está na gênesis da criação da instituição e até hoje tem representatividade nos negócios dos Correios. É de conhecimento geral que os Correios passam por um período delicado. No entanto, a empresa vem passando por uma reestruturação com vistas à manutenção de sua saúde financeira. Diante disso, os Correios tiveram uma redução significativa no orçamento de patrocínio. A redução de 2016 para 2017 é da ordem de 85%. Apesar da redução, por sua condição de empresa, os Correios não podem deixar de investir em marketing, na sua vertente promoção. Nesse sentido, ainda que com valores reduzidos, algumas ações de patrocínio e publicidade serão mantidas, até mesmo visando a manutenção da empresa na lembrança de nossos consumidores e prospecção de novos mercados/clientes. A participação dos Correios neste evento específico ratifica sua identidade moderna e dinâmica por meio de seus selos e outros produtos filatélicos, bem como fortalece sua imagem institucional com a promoção do intercâmbio e troca de experiências entre os representantes das Administrações Postais dos países participantes. No contexto comercial, será uma grande oportunidade de prospectar clientes filatélicos estrangeiros, visando futuras parcerias de negócios, além de aproveitar a oportunidade para divulgação e venda de outros serviços e produtos dos Correios.