Em desespero, Bolsonaro "lamenta" mortes pela Covid; povo reage com imenso panelaço

O presidente, no entanto, voltou a celebrar o próprio negacionismo: "nosso governo não obrigou ninguém a ficar em casa"

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O presidente Jair Bolsonaro realizou nesta quarta-feira (2) um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, onde tratou sobre a pandemia de Covid-19, falou sobre "realizações do governo" para desviar o foco da CPI do Genocídio e confirmou a realização da Copa América. A inserção foi respondida com fortes panelaços ouvidos em diversas cidades do país.

"O Nosso governo não obrigou ninguém a ficar em casa, não fechou o comércio, não fechou igrejas ou escolas e não tirou o sustento de milhões de trabalhadores informais", disse o presidente em trecho do pronunciamento, que pareceu uma resposta às investigações da CPI sobre a postura negacionista do governo ao defender a tese fajuta da "imunidade de rebanho".

A principal novidade do discurso foi o fato de o presidente iniciar a inserção dizendo que sente "profundamente cada vida perdida em nosso país", mas não mencionou que estas já passaram de 460 mil. Logo após essa declaração, exaltou o próprio governo: "Hoje alcançamos a marca de 100 milhões de doses de vacinas distribuídas a estados e municípios".   

Bolsonaro ainda confirmou a polêmica "importação" da Copa América mesmo diante da segunda onda da pandemia de Covid-19: "Seguindo o mesmo protocolo da Copa Libertadores e Eliminatórias da Copa do Mundo, aceitamos a realização, no Brasil, da Copa América". 

Em possível indireta ao ex-presidente Lula, Bolsonaro disse que o auxílio emergencial superou o investimento com o Bolsa Família, ignorando que ele próprio foi contrário ao programa no passado.

O pronunciamento foi feito em meio à queda da popularidade do presidente diante do avanço dos trabalhos da CPI no Senado Federa e à polêmica da Copa América. O governo também enfrentou fortes protestos no final de semana.

Reveja:

https://www.youtube.com/watch?v=Pecz5-jy6zM