Em editorial, Estadão chama Favreto de desembargador desatinado

Em uma linguagem virulenta e pouco comum no diário paulistano, o editorial chama ainda o pedido do HC de “plano mequetrefe”

O desembargador Rogério Fraveto. Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4
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Em editorial publicado nesta terça-feira (10) chamado "O plantonista amigo", o Estadão fez coro à reação da grande imprensa ao Habeas Corpus concedido ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo desembargador Rogério Favreto. Desde as primeiras horas da tarde de domingo (8), praticamente todos os grandes veículos chamavam o desembargador de irresponsável, pediram punição a ele e o atacaram de todas as formas. O texto do jornal da família Mesquita abre chamando o Habeas Corpus de “tentativa de membros do PT de obter ilegalmente a soltura do seu cacique Lula da Silva”, e prossegue dizendo que o mesmo “evidenciou desespero e irresponsabilidade, além de completo menosprezo pelo Estado de Direito”. Além disto, o jornal inverte os fatos e enaltece a atitude ilegal da Polícia Federal de não cumprir uma ordem judicial em “a prudência da Polícia Federal, que não deu cumprimento a uma ordem manifestamente ilegal” e ainda chama Favreto de “desembargador desatinado”. Em uma linguagem virulenta e pouco comum no diário paulistano, o editorial chama ainda o pedido do HC de “plano mequetrefe” e acusa o desembargador de ter “o descaramento de expedir o ilegal alvará de soltura para Lula”. Logo mais à frente, o texto se refere a Favreto como “um juiz petista”. A linguagem chula prossegue e o texto chama a concessão do HC de “malandra carteirada” e, assim como vários outros veículos, desqualifica o jurista, chamando-o de “desembargador plantonista tentando soltar réu amigo”. Ao final, o texto inverte mais uma vez os fatos e chama o HC de “golpe” que, segundo o jornal, “teve a exata dimensão moral, política e profissional de quem o engendrou: inábil, barulhento e incompetente”, e encerra dizendo que “é preciso constante vigilância, pois sempre há aloprados dispostos a subverter o regime das leis”.