Em entrevista a Datena, Freixo descarta envolvimento de Bolsonaro em assassinato de Marielle

"Sempre defendeu milícia, isso é público", afirmou, mas ressaltou que é importante "cessar as especulações" quanto à participação do presidente no caso

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Em entrevista ao Datena, na Rádio Bandeirantes, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) comentou sobre a nova prisão realizada nesta quarta-feira (10) de mais um envolvido no caso Marielle e concordou com a conclusão da Delegacia de Homicídios do Rio sobre o não envolvimento da família Bolsonaro no assassinato.

O bombeiro Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, acusado de ser cúmplice do ex-PM Ronnie Lessa no assassinato da vereadora, foi preso nesta manhã pela Polícia Civil do Rio em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes.

Para Freixo, é importante "cessar as especulações" quanto à participação do presidente no caso. "Se a investigação caminha para outro lugar, que não da autoria de qualquer pessoa ligada ao presidente, acho que a chefia [da Delegacia de Homicídios do Rio] faz bem em encerrar isso. Não estou surpreso com isso, sei que a investigação caminha para outro lugar", afirmou.

"Bolsonaro já está envolvido em tanto problema, que estar envolvido em um homicídio é tudo o que esse país não precisa", continuou o deputado. Freixo não descarta, no entanto, a proximidade do presidente com as milícias. Para ele, trata-se de algo "público" e evidente.

"Não tenho nenhum indício, e nem a investigação aponta para isso, sobre a autoria ou envolvimento da família Bolsonaro, eu não posso ser leviano. Agora, que a família Bolsonaro sempre defendeu a legalização das milícias, isso é público", disse.

"Já existem fatos suficientes, e graves, para o presidente ter que falar sobre milícia. Não precisa forçar uma barra ou tentar associá-lo a um homicídio que passa por milícia. O fato da milícia estar envolvida no assassinato da Marielle não tem como consequência o envolvimento de todas as pessoas envolvidas com milícia no homicídio. Temos que ser prudentes", continuou.

O bombeiro preso nesta manhã pela polícia do Rio teria ajudado no descarte das armas usados no assassinato logo após a prisão de Lessa no condomínio Vivendas da Barra, o mesmo onde mora o presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, em março do ano passado.