Em entrevista ao Flow Podcast, Haddad aposta que Monark votaria em Lula

O ex-ministro participou de uma longa conversa, onde falou sobre erros e acertos do PT e colocou o segundo mandato de Lula como a melhor experiência do partido no governo

Reprodução/YouTube
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O ex-ministro Fernando Haddad participou de entrevista ao Flow Podcast, um dos principais canais de podcast do país, nesta segunda-feira (10). Em uma conversa que durou mais de 4h, Haddad falou sobre o legado político do ex-presidente Lula, sua passagem pelo Ministério da Educação, eleições de 2018, golpe parlamentar de 2016, entre outros temas.

Em um dos momentos da entrevista, o apresentador Monark detalhou os motivos por não ter votado em Haddad - e sim em Bolsonaro - nas eleições presidenciais de 2018: "Uma coisa que me incomodou muito é que sempre que acontecia uma coisa importante, você ia lá pra Curitiba para conversar com o Lula. Isso me passou que você não era um líder". O outro apresentador, Igor, afirmou que não votou no segundo turno, mas que votaria em Lula contra Bolsonaro em 2022.

"Eu entendo, ouvi de muita gente, mas ali tinha outra relação. O drama que o Lula estava vivendo não se pode calcular. A ONU chegou a se manifestar a favor dele. Eu deveria ser solidário", afirmou Haddad, em resposta. "Às vezes, as pessoas são levadas a concluir uma coisa que está errada. O meu nível de independência enquanto ministro, ou prefeito, era enorme", completou.

O ex-ministro ainda afirmou que o segundo mandato de Lula é "incrível" e diz que toma como bom exemplo. "O Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é uma combinação incrível. O segundo mandato do Lula é o que encaixou no que o Brasil mais precisava: muito dinheiro para infraestrutura e muito dinheiro pra educação", disse.

Provocado por Monark a falar sobre a relação pessoal com Lula, o ex-ministro apostou que o apresentador se convenceria a apoiar o ex-presidente. "Eu acho que você, pela tua firmeza, levaria de 15 a 20 minutos para votar nele. Eu tô apostando com você", afirmou. Igor, então, pediu que Haddad promovesse esse encontro.

Maconha e Lei de Drogas

Outro tema que surgiu foi a pauta da legalização da cannabis, destacando a importância do tema sobre a criminalização da pobreza e a guerra às drogas.

Haddad destacou que há dois fatores para um presidente comprar as brigas necessárias: seu histórico e as chances de sucesso. "É muito difícil para um presdente comprar briga sem nenhuma chance de sucesso. Sabe por quê? Porque você só fica com desgaste", declarou.

"Na minha perspectiva, essas pautas mais delicadas, que mexem com valores e com o imaginário das pessoas sobre família e segurança, têm muitos mal entendidos. O Brasil talvez seja na América do Sul um dos países mais atrasados na discussão dessas agendas. Hoje no Congresso a chance é zero [...] Mas existem vários caminhos para ir abrindo essas questões: é normal essa mortandade?", completou.

O ex-ministro comentou ainda sobre a Lei de Drogas de 2006, que é bastante criticada por alguns setores da esquerda. "A lei tinha a intenção de flexibilizar, mas foi escrita de um jeito que deu mais poder para a repressão", disse.

Confira a entrevista completa, de mais de 4h, e alguns trechos divulgados nas redes sociais:

https://www.youtube.com/watch?v=UzpkelpYmBM
https://www.youtube.com/watch?v=WknpP6-4IpA
https://twitter.com/AlencarBraga13/status/1391851118783782914