Em escutas, milicianos ameaçam moradores de Rio das Pedras de despejo e mutilação

Dois dos principais líderes das milícias foram condecorados por Flávio Bolsonaro, que empregou a mãe e a mulher de um deles

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Escutas telefônicas feitas pelo Ministério Público e autorizadas pela Justiça revelam ameaças de milicianos contra quem contrariava seus interesses. As gravações, realizadas no âmbito da Operação “Os Intocáveis”, que prendeu cinco pessoas nesta terça-feira (22), também mostram a rotatividade forçada em imóveis controlados pela quadrilha. Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais Em escuta do dia 15 de novembro, um dos presos, Manoel de Brito Batista, o Cabelo (foto), discute a falta de pagamento do aluguel de um apartamento na região. A ordem era não deixar o morador entrar no imóvel caso a dívida não fosse paga até o dia 5 de novembro de 2018: Cabelo: Se ele não pagar o aluguel hoje, amanhã é pra travar, não deixar ele entrar não, tá? Voz masculina: A L. já pagou, o 402 já pagou. Manuel, não pagou não, não pagou não, tá sem pagar mesmo. Cabelo: Se ele não pagar hoje, amanhã não é pra deixar ele entrar não, tá?" O grupo é suspeito de comprar e vender imóveis construídos ilegalmente na Zona Oeste do Rio, além de crimes relacionados à ação da milícia nas comunidades de Rio das Pedras, Muzema e adjacências, como agiotagem, extorsão de moradores e comerciantes, pagamento de propina e utilização de ligações clandestinas de água e energia. Em outra gravação, Cabelo, reclama dos cortes de cabos de energia de "gatos" em um de seus empreendimentos imobiliários. "Se ele cortar os cabos meu lá, vai ser diferente porque eu vou cortar as duas pernas dele e os dois braços", diz Manoel. Flávio Bolsonaro Os dois principais alvos da Operação “Os Intocáveis”, deflagrada na manhã desta terça-feira (22), o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega e o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, foram homenageados, em 2003 e 2004, na Assembleia Legislativa do Rio, por indicação do deputado estadual Flávio Bolsonaro. A mãe e a mulher de Adriano Magalhães da Nóbrega, eram empregadas do gabinete de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), até o novembro do ano passado. O ex-capitão é tido pelo Ministério Público do Rio como o homem-forte do Escritório do Crime, organização suspeita do assassinato de Marielle Franco. Com informações do G1 Agora que você chegou ao final desse texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais