Bolsonaro mantém discurso do palanque em mensagem ao Congresso

“Esse processo começou pela dominação cultural nos espaços de formação e informação, passou pela ocupação do poder nas estruturas públicas e instituições e, por fim, chegou ao próprio governo”, diz a mensagem do presidente

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[caption id="attachment_165917" align="alignnone" width="700"] Foto: Marcelon Camargo/Agência Brasil[/caption] Em mensagem ao Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro manteve seu discurso de palanque. Ele disse que houve uma tentativa de dominação ideológica no país em anos anteriores. Bolsonaro afirmou que a “essência” do povo brasileiro é representada pelos “valores da civilização judaico-cristã” e que o país resistiu a “décadas de uma operação cultural e política” para destruí-la. “Esse processo começou pela dominação cultural nos espaços de formação e informação, passou pela ocupação do poder nas estruturas públicas e instituições e, por fim, chegou ao próprio governo”, diz o documento, entregue pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, durante sessão solene na Câmara dos Deputados para abertura dos trabalhos legislativos de 2019. A mensagem fez referência, ainda, à corrupção. “Os brasileiros, especialmente os mais pobres, conhecem o resultado da era que terminou: a pior recessão econômica da história nos foi legada (...) resultado direto do maior esquema de corrupção do planeta, criado para custear um projeto de poder local e continental”, diz o texto assinado por Bolsonaro. O presidente disse também que seu governo “declara guerra ao crime organizado”. “Guerra moral, guerra jurídica, guerra de combate. Não temos pena e nem medo de criminoso. A eles sejam dadas as garantias da lei e que tais leis sejam mais duras”, continua o documento, acrescentando que, anteriormente, “mulheres, crianças, pobres e negros eram objeto de discurso, mas não de políticas consistentes de proteção”. Meio ambiente Bolsonaro afirmou que o meio ambiente “virou bandeira ideológica”. “Mais um objeto de discurso que, na prática, ficou desprotegido. O Estado sobrepõe dezenas de estrutura de fiscalização, inibe quem quer produzir, mas não conseguiu coibir a tragédia de Brumadinho”, afirma o presidente, que promete, na sequência, “dar suporte às famílias, melhorar o modelo de fiscalização de barragens e colaborar com as investigações”. Educação A existência de “doutrinação ideológica” nas escolas, tema recorrente do presidente e seus apoiadores, também foi citada no discurso. “Nossa educação, muitas vezes transformada em espaço de doutrinação ideológica, precisa resgatar sua qualidade. Os pais do Brasil querem que seus filhos saibam português, matemática, ciências, que saibam ler, escrever, evoluir por suas próprias pernas. E que as minorias e as diferenças sejam respeitadas em ambiente acolhedor, afetivo e fraterno”, diz a mensagem.

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