Em MG, Haddad elogia Kalil: "Liderança interessante. Pode se posicionar sobre temas nacionais"

Tido como pré-candidato à presidência, petista tem encontro marcado com o prefeito de BH nesta quinta-feira, o que abriu especulações sobre a escolha do vice em 2022; "Na política tudo é possível", disse presidente do PT da capital mineira

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O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), já lançado por Lula como pré-candidato à presidência em 2022 caso ele não possa concorrer, iniciou nesta quarta-feira (24) uma série de viagens que fará pelo país em Minas Gerais. No início do mês, o ex-presidente pediu para que Haddad colocasse o "bloco na rua".

O petista desembarcou em MG na terça-feira (23) e, nesta quarta-feira, visitou a cidade de Brumadinho, na área atingia pelo rompimento da Vale, e na sequência se reuniu com Marília Campos (PT), prefeita de Contagem.

Nesta quinta-feira (25), na parte da tarde, Haddad tem um encontro marcado com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). A agenda do petista com o chefe do Executivo da capital mineira, que é pré-candidato ao governo de MG em 2022, abriu uma especulação sobre a escolha do vice na chapa do PT na próxima eleição. Lideranças do partido já têm defendido uma aproximação com com o centro ou com o setor empresarial para abocanhar uma parte maior do eleitorado.

Em entrevista à Rádio Super, já em MG, Haddad teceu elogios a Kalil. "O Kalil é uma liderança interessante, ele faz um voo solo. Mas ele pode, a partir de uma cidade importante como Belo Horizonte, ajudar na agenda em Brasília. Ele pode se posicionar sobre temas nacionais", disse.

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Sobre as especulações de uma possível aliança com o prefeito de BH, Haddad afirmou que "não há vice dos sonhos" e que "ainda há muito chão pela frente".

"Minha intenção é discutir 2021, não é discutir 2022", declarou o ex-prefeito.

A reunião entre Haddad e Kalil será acompanhada pela presidenta nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Em entrevista ao portal BHAZ, também nesta quarta-feira, o presidente do PT de Belo Horizonte, Guilherme Jardim, sugeriu que uma aliança entre Haddad e o prefeito da capital mineira não estaria descartada, já que, segundo ele, "na política tudo é possível". Jardim ponderou, contudo, que o assunto ainda é "prematuro".

"É comum da politica dialogar entre quem participa dela, então vejo isso com naturalidade, a articulação do partido com o prefeito Alexandre Kalil, que pode vir a dar certo ou pode vir a não dar. O importante é manter sempre os diálogos vivos com as opiniões e as estratégias de como construir os próximos períodos político", afirmou o dirigente.

Já Kalil tem desconversado. Em entrevista essa semana ao jornal O Globo, o mandatário municipal, perguntado se vetaria uma aliança com o PT, afirmou: "Não sou avesso a ninguém. Sou avesso a quem rouba a Petrobras e sou a avesso a não ter vacina no Brasil".

Ele disse ainda tratar o encontro de Haddad com "naturalidade", já que recebe "todo mundo com a maior educação".