Em São Paulo, Bolsonaro é o maior herdeiro do malufismo

Para os analistas, Bolsonaro é a reedição do neopopulismo de direita, fenômeno caracterizado por lideranças carismáticas surgidas nos anos 1980 e 1990 com o confronto entre a cultura democrática e a autoritária com o fim de ditaduras na América do Sul

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O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) encontrou em São Paulo recepção entre os eleitores para crescer e liderar as pesquisas no cenário que exclui o ex-presidente Lula (PT). O eleitor o identifica com o discurso e os valores associados ao ex-governador Paulo Maluf. A identificação do candidato do PSL  com o malufismo causou um fenômeno único nesta campanha: de todos os candidatos com chances na corrida presidencial, apenas Geraldo Alckmin (PSDB) tem um desempenho fraco em seu próprio Estado (16%). Jair Bolsonaro é para os analistas a reedição do neopopulismo de direita, fenômeno caracterizado por lideranças carismáticas surgidas nos anos 1980 e 1990 com o confronto entre a cultura democrática e a autoritária com o fim de ditaduras na América do Sul, explica reportagem de Marcelo Godoy e José Maria Tomazela no Estadão. Neste ano, pela segunda vez desde 1986, Maluf estará ausente das urnas, após ser preso e ter o mandato de deputado cassado. Mas o tema segurança predomina nos debates entre os candidatos a governador. “São eleitores que estão capturados por uma liderança que pode ser caracterizada como neopopulista no sentido que não tem muita preocupação com valores democráticos e vai na direção neoliberal pela promessa de desenvolvimento econômico, sem preocupação com o social, disse ao Estado de São Paulo José Álvaro Moisés, professor do Departamento de Ciência Política da USP.