Emidio confronta Rui Falcão, que se posicionou contra aliança de Lula com Alckmin

Segundo o deputado e ex-prefeito de Osasco (SP), "o PT já aprendeu há muito tempo que não se faz aliança com iguais"

Emidio de Souza e Lula (Foto: Divulgação/PT)Créditos: Divulgação/PT
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O deputado estadual Emidio de Souza (PT-SP) usou as redes sociais nesta segunda-feira (17) para externar uma posição que confronta a de seu correligionário, o deputado federal Rui Falcão (PT-SP), que é ex-presidente do partido. Emidio sinalizou que apoia a ideia de uma aliança entre Lula (PT) e Geraldo Alckmin (sem partido) na disputa pela presidência após Falcão ter afirmado em entrevista que o ex-presidente "não precisa do tucano".

"O PT já aprendeu há muito tempo que não se faz aliança com iguais. Lula não precisa de muleta eleitoral, mas de um amplo arco de alianças para vencer e sustentar um programa de redução da desigualdade social e de garantias democráticas. Não se faz isso atacando possíveis aliados", escreveu Emidio.

https://twitter.com/EmidioDeSouza_/status/1483159483530584078

A fala do deputado estadual faz referência direta a uma declaração de Falcão dada à Folha de São Paulo. "Todas as pesquisas, inclusive as do Datafolha, consideram que ele [Lula] foi o melhor presidente. Então, ele não precisa de uma muleta eleitoral, como seria a presença do Alckmin", havia dito o ex-presidente do PT.

Segundo Rui Falcão, há "contradição" do ex-governador de São Paulo com o programa político que será apresentado por Lula e a presença de Alckmin é "muito negativa para uma campanha que tem que ser aguerrida, mobilizada e com a construção de comitês de defesa da eleição do Lula que permaneçam depois como comitês de apoio do programa de transformação".

"Além do retrospecto das políticas que realizou como governador de São Paulo, do apoio ao impeachment e de suas posições ultraconservadoras, a sua primeira manifestação envolvendo o programa foi se insurgir contra a reforma trabalhista. Da mesma maneira como reagiram os corifeus da Faria Lima e os economistas conservadores", disse ainda o petista.

Maria do Rosário: "Vamos estar com Lula em qualquer circunstância"

Para a deputada federal Maria do Rosário (PT), apesar de Lula não precisar de Alckmin, como diz Rui Falcão, a luta antifascista necessita ter outras figuras do campo eleitoral e da democracia.

“Eu não estou me propondo a votar no Alckmin, no projeto que ele carrega. Eu vou apoiar e nós vamos estar com o Lula, em qualquer circunstância. Temos que nos preocupar em vencer em primeiro turno e não deixar nenhum espaço para o fascismo”, afirmou nesta segunda-feira (17) em entrevista ao Fórum Onze e Meia.

Uma das críticas de parte do PT é que o Alckmin seria um “candidato a um novo [Michel] Temer” na vice-presidência e, portanto, poderia orquestrar um golpe no modelo que foi feito com a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

O que faz existir um golpe não é um vice. Não foi o Temer sozinho que deu o golpe, foi a correlação de forças, os setores do mercado e os setores por dentro das instituições e a grande mídia. O perigo não é o Alckmin”, afirmou Maria do Rosário.