Empreiteira confirma participação de sócio de Luciano Huck em esquema de propina para Aécio

Accioly confirmou à reportagem o repasse e disse se tratar de investimento da Andrade Gutierrez na rede de academias. A empreiteira disse que "não é e nunca foi sócia na rede de academias"

Alexandre Accioly com Aécio e Luciano Huck. Foto: Reproduções
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De acordo com informações de matéria do jornal O Globo, o acionista da Andrade Gutierrez, Sérgio Andrade, confirmou em depoimento à Polícia Federal na terça-feira (17) que um contrato de R$ 35 milhões firmado em 2010 entre a empreiteira e uma empresa de Alexandre Accioly tinha como objetivo repassar recursos ao senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG). O executivo é o segundo a reforçar as suspeitas dos investigadores de que o pagamento era propina. Há cerca de seis meses, o colaborador Flávio Barra revelou que o repasse a Accioly, sócio de Lucino Huck, compadre e apontado como operador de Aécio, era referente a uma sociedade que nunca existiu de fato. Em dezembro, a Odebrecht já sustentava a acusação com comprovantes bancários, entregues nos últimos meses, que, segundo a empresa, comprovam depósitos para o senador tucano, por meio de uma conta de offshore em Cingapura, que havia sido citada por um de seus ex-executivos, Henrique Valladares, em depoimento à PGR. Até então, a identificação do titular da conta, o empresário Alexandre Accioly, ainda não havia sido revelada. Accioly é padrinho de um dos filhos de Aécio e foi sócio de Luciano Huck na rede de academias Body Tech, como pode ser lido aqui. Accioly confirmou à reportagem o repasse, mas negou se tratar de propina, e sim investimento da Andrade Gutierrez na rede de academias. Segundo ele, a Andrade nunca recebeu dividendos e "permanece como acionista", por meio de uma Sociedade em Conta de Participação (SCP) com a empresa Safira Participações, que pertence ao grupo mineiro. A Andrade, por sua vez, negou a alegação de Accioly e informou que "não é e nunca foi sócia na rede de academias". Disse que a sua relação com o empresário se restringiu à aquisição, em 2010, de uma "opção de compra futura de ações" que jamais teria sido exercida e, por isso, perdeu a validade.