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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na manhã desta sexta-feira (11) que vai dobrar o limite atual para compras em free shops. Decisão que beneficia brasileiros que conseguem arcar com viagens ao exterior vem na mesma semana em que o Congresso aprovou o orçamento de 2020 sem aumento real no salário mínimo.
"O governo vai dobrar o limite atual para compras em free shops. O ministro da economia, Paulo Guedes, a nosso pedido, prepara decreto para os próximos dias. Os brasileiros que voltam de viagens do exterior poderão comprar US$ 1 mil em produtos nos aeroportos – hoje, o limite é de US$ 500", escreveu o presidente nas redes sociais.
"A cota permitida para compras no Paraguai também vai mudar. O governo vai ampliar de US$ 300 para US$ 500 o valor máximo por pessoa que cruza a fronteira", continuou.
A professora de economia da USP e colunista da Folha de S. Paulo, Laura Carvalho, rebateu o presidente expondo a contradição da medida com o contexto brasileiro. "Aumentar a isenção fiscal sobre consumo de luxo em um país em que alimentação, habitação e transporte representam mais de 70% do consumo total das famílias não parece um caminho muito promissor", disse.
Salário mínimo
O Congresso aprovou na tarde desta quarta-feira (9) o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem. O PLN 5/2019 ratifica o fim da política de valorização do salário mínimo, que ficará sem aumento real (acima da inflação).
Essa mudança também causa impacto naquelas aposentadorias vinculadas ao piso nacional, que ficam sem ganho real. Pela projeção atual para o INPC-IBGE, o mínimo ficaria em R$ 1.039 (conforme proposta do governo) ou em R$ 1.040 a partir de 1º de janeiro de 2020. O valor ainda pode mudar, dependendo da variação da inflação.