Entenda como Bolsonaro e Guedes estão privatizando a Petrobras de forma disfarçada

Nesta quarta-feira (5), o BNDES vendeu R$ 22 bi em papéis da Petrobras, a maior oferta da década

Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes - Foto: Marcos Corrêa/PR
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Em greve desde o último sábado (1), trabalhadores da Petrobras têm somado forças para resistir à política de desmonte da petrolífera estatal pelo presidente Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. O alarde dos servidores cumpre um papel essencial, visto que bate de frente com a principal tática utilizada pelo governo, que é a de vender a empresa de forma fatiada, silenciosa e disfarçada. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) protagonizou nesta quarta-feira (5) a maior oferta de ações da década no país com a venda de seus papéis da Petrobras. O valor acumulado chegou a R$ 22 bilhões e houve forte demanda de investidores estrangeiros. Com a venda de ações, o governo Bolsonaro entrega a estatal aos poucos ao mercado. Apenas com o episódio desta quarta, o BNDES diminuiu sua participação na estatal de 13,6% para 8% e avançou na estratégia de esvaziar sua carteira de papéis de empresas, que supera R$ 100 bilhões. Este tipo de transação, feita através de IPOs (sigla em inglês para oferta pública de ações), foi o mesmo modelo adotado pela direção da Petrobras que, no final de 2019, entregou ao mercado de ações 37% de sua participação na BR Distribuidora. O mesmo modelo foi utilizado pelo governo Bolsonaro em outras ocasiões, como no caso da Caixa e do Banco do Brasil. Por sua vez, o Banco do Brasil saiu da participação que detinha na Energisa, empresa distribuidora de energia também por meio de uma IPO.