Erundina é aplaudida em reunião com Toffoli sobre transferência de Lula

"Basta! Não temos mais como suportar atitudes autoritárias de confronto à democracia e aos direitos humanos", disse a deputada do PSOL durante a reunião com Toffoli em que dezenas de deputados e lideranças políticas pediram a revogação da transferência de Lula; assista

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A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) foi aplaudida pelos presentes após um discurso contra as arbitrariedades da operação Lava Jato em reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, nesta quarta-feira (7). Mais de 70 parlamentares da oposição e do centrão, além de lideranças políticas, se reuniram com Toffoli para pedir a suspensão da decisão da Justiça do Paraná que determinou a transferência de Lula, preso em Curitiba, para São Paulo. "Presidente, estamos aqui aguardando um papel função constitucional desse poder, pra que junto com outros poderes possamos sair daqui com uma palavra, um entendimento e um compreensão de que chega, basta. Não temos mais como suportar atitudes autoritárias de confronto à democracia e aos direitos humanos", disse a parlamentar que, apesar de ter saído do PT há mais de 20 anos, tem encampado uma postura de defesa da liberdade de Lula.

Lula fica em Curitiba

A reunião dos políticos com Toffoli surtiu efeito. Após a decisão da 12ª Vara Federal de Curitiba de enviar o ex-presidente para um presídio paulista, conhecido por abrigar criminosos de grande repercussão, a defesa do petista entrou com um pedido na Suprema Corte contra a transferência. A análise entrou às pressas na pauta do plenário desta tarde porque o presidente da corte, ministro Dias Toffoli, apresentou a petição de Lula para ser julgada imediatamente —no jargão jurídico, o magistrado levou o caso em mesa. Ao todo, foram 10 votos a 1 em favor do ex-presidente. Apenas o ministro Marco Aurélio divergiu, argumentando que não cabe ao STF, mas sim ao TRF4, analisar o caso. Com a decisão, Lula fica em Curitiba até o julgamento de um habeas corpus que analisará a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro na condução do processo que levou o petista à cadeia. A data do julgamento ainda não foi definida.