Etchegoyen diz que encontro com Temer antes do golpe contra Dilma foi para 'troca de impressões'

Livro sobre a trajetória do então vice-presidente narra contatos frequentes com o Alto Escalão das Forças Armadas. General Villas Boas também é citado

Michel Temer e Eduardo Villas Bôas (Foto: Romério Cunha/Vice-Presidência)
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Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), negou as acusações feitas por deputados do PT sobre uma possível conspiração de golpe com o então vice-presidente Michel Temer contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.

Questionamentos dos parlamentares ocorrem após o livro “A Escolha, Como um Presidente Conseguiu Superar Grave Crise e Apresentar Uma Agenda Para o Brasil”, o qual reúne entrevistas de Temer com o filósofo Denis Lerrer Rosenfield, revelar que o então vice-presidente se encontrou com o comando das Forças Armadas na iminência do impeachment contra Dilma.

Em nota, Etchegoyen afirma que as conversas com Temer serviram para "troca de impressões" e conselhos com o então vice-presidente. Ele nega que tenha influenciado no golpe de Dilma. As informações são do Estadão.

“É só consultar. Ele [Temer] com sua conhecida educação e fidalguia, foi apenas uma das autoridades com quem conversamos, trocamos impressões e, eventualmente, nos aconselhados”, afirma. “A acusação é ridícula. Que poder teriam os militares para impor ao Congresso o resultado de um processo de impeachment no qual o Parlamento e o STF forma os grandes protagonistas, como manda a Constituição?”, completa.

Em outro trecho, o militar escreve: “Parece que restou a alguns personagens no seu esforço vão de encontrar uma narrativa para esconder que eles isolaram os militares, desrespeitaram-nos, encenaram uma Comissão da Verdade claramente vingativa, afrontaram a lei para usurpar competências claras dos comandantes e, note bem, o governo nunca nos procurou, ao contrário de muitas outras lideranças políticas da época, não só o vice-presidente, inclusive parlamentares da base de apoio do governo”.

O ex-comandante do Exército, general Villas Boas, também citado no livro sobre Temer, apenas compartilhou a mensagem do colega no Twitter.

Segundo o livro, a relação dos militares com o PT vem desde a Comissão Nacional da Verdade, com o medo de uma revisão da Lei da Anistia, e passa também pelo Programa Nacional de Direitos Humanos-3, de 2009.