Ex-advogado de Eduardo Cunha fecha delação sobre "venda de facilidades" por Marcelo Bretas

Nythalmar Filho diz ter em seu arquivo pessoal mensagens que comprovariam suposta "venda de facilidades" pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio. Método seria parecido com o de Sergio Moro

Marcelo Bretas e advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho, o "mais caro da Lava Jato" (Montagem)
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O advogado criminalista Nythalmar Filho, que já atuou na defesa de Eduardo Cunha na Lava Jato, estaria finalizando o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em que se compromete a divulgar supostas mensagens que comprovariam suposta "venda de facilidades" pelo juiz Marcelo Bretas, responsável pelos casos da força-tarefa no Rio de Janeiro. A informação é de Mônica Bergamo na edição desta quinta-feira (13) da Folha de S.Paulo.

Em outubro de 2020, a Polícia Federal executou mandados de busca e apreensão contra o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho, que defende várias pessoas que são alvos da Lava Jato no Rio.

Em depoimento, o advogado afirmou que tinha livre acesso a procuradores e ao juiz Marcelo Bretas. Em dezembro, Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mandou que o inquérito que apura a suposta “venda de facilidades” ao juiz Marcelo Bretas e a integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro fosse enviado à corte.

Segundo relatos de Nythalmar, os métodos de Bretas e de procuradores da Lava Jato no Rio repetiriam aqueles seguidos por Sérgio Moro e a força-tarefa em Curitiba.

Ele diz ainda que vai apresentar conversas de seu próprio arquivo que comprovam isso.

No julgamento de Moro, em março, o ministro Gilmar Mendes citou Nythalmar, considerado “homem-bomba” da Lava Jato do Rio. Mendes disse que “o que se fala em torno dessa 7ª Vara é de corar frade de pedra”. Bretas afirmou que tem “consciência tranquila da lisura do trabalho ali desempenhado”.