Ex-corregedor acusa Doria promover conduta agressiva da Polícia Militar

Segundo o coronel Marcelino Fernandes, que comandou a Corregedoria da PM de São Paulo até fevereiro, política do governador de “atirar para matar” é responsável por aumento dos casos de abuso e mortes causados por policiais

Foto Valter Campanato/Agência Brasil
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Em entrevista com o portal UOL, o ex-corregedor da Polícia Militar de São Paulo, Marcelino Fernandes, que deixou o cargo em fevereiro deste ano, acusou o governador João Doria pelo aumento, registrado nas últimas semanas, dos casos de violência policial e do número de pessoas mortas por policiais militares no estado de São Paulo.

Segundo Fernandes, as ações e o discurso de Doria, de “atirar para matar”, incentiva os policiais a serem mais agressivos em sua conduta. “No dia em que foi eleito, ele prometeu os melhores advogados aos policiais que matam no Estado”, lembrou o ex-corregedor.

“Três fatores foram preponderantes para o aumento (no número de mortes causadas pela PM). Os dois primeiros: a saída de vários presos condenados pela covid-19 e o aumento do desemprego, que impulsionaram o cometimento de crimes nas ruas e, consequentemente, o de confrontos. E o terceiro: o incentivo de confronto por parte do governador, lá atrás (se referindo a quando ele assumiu o cargo). Aí chegou até esta situação”, comentou.

Fernandes também recordou os elogios do governador a uma ação da polícia que terminou com 11 suspeitos mortos e afirmou que a redução da letalidade policial seria algo que poderia acontecer, mas sem obrigatoriedade. “A política de segurança do governador causou alta na letalidade policial”, concluiu o ex-policial.