Ex-integrante da Lava Jato, chefe da PF cita risco de "fuga ou resgate" para impedir Lula de ir ao velório do irmão

Alçado à Superintendência da PF do Paraná por Sérgio Moro, Luciano Flores, que executou a condução coercitiva de Lula, falou sobre a capacidade de mobilização social de Lula, que poderia acarretar em "ato político", e consultou secretário de João Dória (PSDB).

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Conduzido à Superintendência da Polícia Federal no Paraná pelo ex-juiz Sérgio Moro para, entre outras funções, custodiar a prisão de Lula, o delegado Luciano Flores assina o relatório que embasou as decisões judiciais em primeira e segunda instância que tiraram do ex-presidente até o momento o direito de comparecer ao velório do irmão mais velho, Genival Inácio da Silva, o Vavá, que faleceu em São Paulo nesta terça-feira (29), aos 79 anos, vítima de câncer no pulmão. Leia também: Defesa de Lula recorre ao STF para que ex-presidente possa comparecer ao velório do irmão Ex-integrante da Lava-Jata e responsável pela execução da condução coercitiva do ex-presidente em março de 2016, Flores lista em seu relatório à Justiça seis "acontecimentos gravíssimos" que poderiam ocorrer, caso Lula fosse liberado para ir ao velório de Vavá. O primeiro deles fala sobre o risco de "fuga ou resgate do ex-presidente". Além disso, o delegado ainda supõe que possa ocorrer ainda "atentado contra agentes públicos", "comprometimento da ordem pública" e "protestos" de grupos de apoiadores e contrários ao ex-presidente. Para "confirmar a probabilidade" de manifestações, Flores cita "investigação" da polícia que aponta que, em vídeo, o senador Lindbergh Farias "convoca pessoas a comparecerem a São Bernardo do Campo, que, segundo ele, será 'um espaço importante de defesa da democracia e de repudiarmos toda essa perseguição que acontece com a família do presidente Lula". Flores cita ainda a popularidade Lula, por meio de atos como a Vigília Lula Livre, que "ganhou reforço de 2 mil pessoas, que deram um "abraço" em volta do prédio e estenderam uma faixa de 60 metros em frente à SR (Superintendência Regional da PF) com os dizeres 'Lula Livre'", e a "possível indicação de Lula para o prêmio Nobel da Paz para o prêmio Nobel da Paz por ter combatido a fome e a miséria enquanto governou o País. Após as declarações, o delegado cita que a "alta capacidade de mobilização" em torno do ex-presidente por fazer com que o velório, que ele chama de evento, "se transforme em um ato político". Flore cita ainda que consultou o secretário de Segurança Pública do governo João Doria (PSDB), em São Paulo, que teria sido "enfático em responder que não haveria condições de se garantir a incolumidade do ex-presidente e a tranquilidade da cerimônia fúnebre" pelos fatos alegados. Leia o relato na íntegra, que consta na decisão do TRF-4. Agora que você chegou ao final desse texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais