Ex-membro do MBL preso pela Polícia Civil coordenava site de fake news contra Marielle

Ex-bolsonarista, Carlos Augusto Afonso, conhecido como "Luciano Ayan", é um dos acusados de ter desviado mais de R$ 400 milhões de empresas

Luciano Ayan (Reprodução)
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A Polícia Civil prendeu dois integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL) na manhã desta sexta-feira (10), acusados de desviar mais de R$ 400 milhões de empresas. Um dos presos é Carlos Augusto de Moraes Afonso, conhecido como "Luciano Ayan". Ele coordenava uma página acusada de disseminar fake news contra a vereadora Marielle Franco.

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A página Ceticismo Político foi tirada do ar em março de 2018 pelo Facebook, época em que Afonso assumiu a autoria dos textos contra a vereadora assassinada no Rio.

Um dos textos feito por ele, que levava o título “Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos e é ‘cadáver comum’”, recebeu mais de 360 mil compartilhamentos no Facebook, tornando-se uma das principais publicações falsas contra a vereadora.

Nas redes sociais, o MBL costumava compartilhar conteúdos do Ceticismo Político e já publicou textos assinados por Luciano Ayan. Na época, Afonso chegou a afirmar que a página movimentava dinheiro, mas não revelou o valor ou o nome dos financiadores.

Arrependido

O ex-MBL já afirmou que se arrepende de ter apoiado o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2018 e chegou a elogiar o ex-presidente Lula.

“Goste-se ou não, Lula foi um presidente com uma visão humana das questões políticas. Note a diferença com Bolsonaro, que é quase o inverso. Para Bolsonaro, seres humanos são apenas carne para o moedor”, afirmou, em entrevista ao DCM.

“Se voltasse no tempo, teria votado em Ciro Gomes ou Fernando Haddad. Por mais que isso possa incomodar algumas pessoas de meu círculo de amizades”, continuou.

Na mesma entrevista, Afonso também se mostrou arrependido por ter publicado notícias falsas contra Marielle. “O blog publicou muitas notícias comentadas entre 2014 e 2018. Foi nisso que acabei me estrepando ao citar a declaração da desembargadora Marília Castro sobre Marielle. Não era uma fake news, mas, de fato, foi uma imprudência ter dado voz a algo para o qual a desembargadora não tinha provas. Esse é o tipo de coisa que eu me arrependo”, afirma.