Ex-primeira-dama de Pernambuco, Renata Campos é "nome natural" para compor pelo PSB em 2022

Políticos da sigla sinalizam que uma possível candidatura de Renata Campos vem ganhando força; Lula pode ter "palanque duplo" no estado

Renata Campos, Lula e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (Foto: Ricardo Stuckert)
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Por Armando Holanda

O PSB possui, no momento, um grande quadro de composições para as eleições de 2022 em Pernambuco. Diversos nomes são ventilados dentro e fora dos bastidores. O ex-prefeito Geraldo Julio, por exemplo, é o mais reafirmado pelos socialistas e aliados como um possível candidato ao governo do estado.

O nome que começa a ganhar mais força no momento, entretanto, é o da ex-primeira-dama de Pernambuco, Renata Campos. Membros do partido afirmam que o nome de Renata é “natural” por conta da importância que possui e devido ao tempo de participação na militância dentro da sigla.

“Não é porque é mãe do [prefeito de Recife] João Campos, é porque ela é uma pessoa que tem expressão política tanto no PSB local quanto no PSB nacional”, pontua um socialista em reserva.

Fonte palaciana vai no mesmo sentido que o socialista e reafirma que o nome de Renata sempre circulou dentro da legenda e que, agora, vem ganhando mais força. "Óbvio que circula com mais força pelo fato dela ser militante do PSB de longa data, de já ter sido primeira-dama de Pernambuco. Assim como o nome de várias pessoas, o nome dela é um nome natural", crava.

Mesmo admitindo que há uma legitimidade no nome de Renata, há membro do partido que afirme que o desejo dela, no momento, não é participar de eleições. “Pelo que conheço e sei dela, é pouco provável que ela tente as eleições. O nome dela é respeitado dentro do PSB. Se ela quiser, ela tem apoio e esse apoio é unânime. Mas, o momento dela, que ela vem sinalizando a pessoas próximas, é que ela precisa dar atenção maior ao filho dela e que participar de uma eleição seria apenas para apoiar alguém”, assinala socialista.

Questionado sobre o nome de Geraldo Julio ter sido supostamente descartado, uma liderança socialista afirmou que o martelo não está batido. “O nome dele é quase unânime dentro do partido. Temos outros nomes ganhando mais corpo, isso é óbvio. Mas, a decisão parte dele e do governador Paulo Câmara também”, afirma. Essa fonte complementa dizendo que “a fala de Geraldo sobre não querer concorrer ao governo de Pernambuco em 2022 é legítima, mas precisa ser lida com cuidado. Ainda falta cerca de 1 ano para as eleições e ele pode mudar de ideia. Caso não, outros nomes estão por aí para serem fortalecidos”.

A fonte relembra o fato de Geraldo estar concentrado em sua gestão na Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e destaca que, se a eleição fosse hoje, com o posicionamento que Geraldo tem, a sigla teria outros nomes para fortalecer em 2022. “Esse é um tema que pode, facilmente, sofrer alterações. Como temos até agosto do próximo ano para decidir, acredito que é possível que esse cenário mude. A despeito dos nomes respeitados que circulam por aí, ele (Geraldo Julio) é o único que está acima de qualquer questionamento”, vaticina.

Dois palanques: PT e PSB em Pernambuco

Em recente declaração, o presidente do PT de Pernambuco, Doriel Barros, assinalou que não há possibilidade de palanque duplo para Lula em Pernambuco. Sobre esta afirmação, algumas lideranças socialistas e petistas afirmam em uníssono que é uma fala precipitada e que o ex-presidente, quando veio ao Recife, assinalou, em conversas públicas e reservadas, que pode, sim, ter dois palanques e até mesmo três.

“O presidente Lula afirmou que poderia ter dois palanques e contar com o PSB nele. Inclusive, essa construção é uma construção que vai além dos egos. A gente precisa derrotar Bolsonaro e, para isso, estamos dispostos a aceitar o apoio do presidente”, assegura liderança socialista.