8 ex-procuradores-gerais assinam carta contra tese bolsonarista de fraude nas eleições

“Insinuações sem provas, que pretendem o descrédito das urnas eletrônicas, do voto e da própria democracia, devem ser firmemente repelidas", diz trecho do documento; leia

Urna eletrônica (Foto: Antônio Augusto/Ascom TSE)
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Oito ex-procuradores-gerais Eleitorais assinam uma carta, divulgada nesta segunda-feira (12), em que repudiam os ataques de bolsonaristas ao sistema eleitoral brasileiro. Eles ainda garantem a segurança das urnas e se colocam contra o voto impresso, defendido por Jair Bolsonaro e seus apoiadores.

Nos últimos dias, Bolsonaro tem intensificado seus ataques ao sistema eleitoral e chegou, inclusive, a ameaçar a realização das eleições de 2022.

"Em todas as eleições brasileiras sob o sistema de urnas eletrônicas jamais houve o mais mínimo indício comprovado de fraude", diz um trecho da carta, que é assinada por Raquel Dodge, Rodrigo Janot, Roberto Gurgel, Cláudio Fonteles, Aristides Alvarenga, Sepúlveda Pertence, Inocêncio Mártires Coelho e Antonio Fernando Barros e Silva de Souza.

No documento, os ex-procuradores-gerais reafirmam a segurança das urnas, citando que elas são inspecionadas e os votos passam por auditoria. Eles também rechaçam o voto impresso, lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou, em 2011 e 2018, por unanimidade, a inconstitucionalidade da proposta.

Leia, abaixo, a íntegra da carta.

Ameaça às eleições

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)Luís Roberto Barroso, divulgou nota na sexta-feira (9) rechaçando as declarações infundadas do presidente Jair Bolsonaro sobre fraude nas eleições e ameaças ao pleito de 2022.

“A realização das eleições é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade”, diz trecho da nota.

Na quinta-feira (8), Bolsonaro clamou novamente pela implantação do voto impresso. "Eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições", disparou.

Nesta sexta, ele voltou a fazer falsas suposições e atacou diretamente o presidente do TSE. "Só um idiota para fazer isso aí. É um imbecil. Não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude", disse.

Na nota, Barroso ainda afirma que "desde a implantação das urnas eletrônicas em 1996, jamais se documentou qualquer episódio de fraude".