Ex-secretário de Alckmin é alvo de Operação da PF sobre desvios nas obras do Rodoanel

São 15 mandados expedidos pela Polícia Federal

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A operação da Polícia Federal batizada de 'Pedra no Caminho' foi desencadeada na manhã desta quinta-feira para investigar crimes praticados por agentes públicos e empresários nas obras do Rodoanel Viário Mário Covas - Trecho Norte. De acordo com as informações, foram presas 15 pessoas suspeitas de desvio de dinheiro nas obras do trecho norte do Rodoanel. O Ministério Público Federal estima que houve acréscimo de R$ 600 milhões nos gastos com a obra por conta dos sobrepreços. O principal alvo de prisão é o ex-diretor da Dersa Laurence Casagrande Lourenço. Ele preside atualmente a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). No último ano, Lourenço acumulou o cargo de secretário de Transportes e Logística do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Alem de Lourenço, outros alvos dos mandados são ex-diretores da DERSA, executivos das Construtoras OAS e Mendes Junior. Além dos 15 mandados de prisão temporária foram efetuados 56 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto, Bofete, Arujá, Carapicuíba e Marataízes (ES). Em nota, o Ministério Público Federal afirmou que são investigados os crimes de corrupção, organização criminosa, fraude à licitação, crime contra a ordem econômica e de desvio de verbas públicas. Paulo Preto O Rodoanel é o calcanhar de aquiles de praticamente todos os governos tucanos de São Paulo. O ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, considerado o principal operador do PSDB, é alvo de denúncia por desvio de R$ 7,7 milhões, entre 2009 e 2011, durante o governo de José Serra (PSDB). O ex-diretor da Dersa foi acusado de incluir 1,8 mil falsos beneficiários de desapropriações em função das obras do trecho Sul do Rodoanel, da Avenida Jacu-Pêssego e das obras de ampliação da Marginal Tietê. Paulo Preto foi preso recentemente duas vezes pela Polícia Federal e acabou solto, nas duas vezes, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A delação do operador tucano é considerada explosiva, pois pode vir a incriminar Alckmin, Serra e Aloysio Nunes, entre outros envolvidos. Tem, portanto, munição suficiente para acabar com o PSDB de São Paulo. Só nas contas de Suíça de Paulo Preto foram encontrados 121 milhões de reais (https://www1.folha.uol.com.br/amp/poder/2018/05/suica-aponta-depositos-numerosos-em-contas-de-paulo-preto-na-gestao-serra.shtml). Trecho Norte Desta vez, as investigações se voltam para o Trecho Norte e apontam suposta prática de corrupção, organização criminosa, fraude à licitação, crime contra a ordem econômica e de desvio de verbas públicas. As obras contaram com recursos da União, do governo do estado de São Paulo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foram fiscalizadas pela DERSA. A investigação começou em 2016 quando um engenheiro que cuidava do trecho norte se recusou a assinar aditivos do contrato de construção do trecho. As obras do trecho norte do rodoanel são divididas em seis lotes, tiveram início em 2013 e ainda estão em andamento. Nelas foram encontrados indícios de irregularidades. Só no lote 2, analisado pelo TCU, as irregularidades somam R$ 110 milhões.