Escrito en
POLÍTICA
el
Por Alencar Santana Braga*
Praticamente já esquecida pela grande imprensa, a facada (ou atentado, como chamaram os jornais) contra o então candidato Jair Bolsonaro, em 6 de setembro, ainda não foi completamente esclarecida para a opinião pública do país.
O assunto volta à tona às vésperas da posse do agora presidente eleito depois da publicação de um vídeo documentário chamado "A Facada no Mito", repleto de perguntas sem respostas e que deixam, ao menos, duvidosos até aqueles que antes repudiavam qualquer possibilidade de uma ação armada para tentar alterar o rumo das eleições brasileiras.
Fatos como a relação entre o agressor e os militantes de Bolsonaro pouco antes da facada - inclusive com um dos homens que prenderam o acusado fazendo uma estranha contagem regressiva pouco antes do golpe que feriu o candidato - são mostrados no vídeo e incrivelmente ignorados pelo inquérito da Polícia Federal.
Independentemente da lesão ao candidato, que passou por cirurgias em importantes hospitais, não há como negar alguns fatos:
- a eleição foi fortemente afetada e a vitória de Bolsonaro pode ter sido garantida pela comoção gerada pelo episódio.
- não se trata - como diz o próprio documentário - de um crime comum, mas de uma ação contra um presidenciável em ato de sua campanha.
- muitas questões apontadas pelo documentário ainda não foram elucidadas e o próprio agressor e seu advogado deram afirmações ambíguas em entrevistas e depoimentos.
Dessa forma, cabe às instituições preservar a democracia e o próprio processo eleitoral investigando os acontecimentos de forma isenta e buscando a verdadeira narrativa dos fatos. Se a Polícia Federal não se mostrou capaz ou mesmo disposta a isso, o próprio Congresso Nacional, eleito pelo voto e diretamente comprometido com o processo eleitoral, tem essa obrigação de investigar e dar respostas à sociedade.
Para tirar suas próprias conclusões, recomendo o documentário:
*Alencar Santana Braga é deputado federal eleito pelo PT de São Paulo