O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), falou nesta terça-feira (10) sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que as eleições de 2018 foram fraudadas.
Em Miami (EUA), na segunda-feira (9), Bolsonaro disse que tem "provas" de que houve fraude na eleição que o elegeu e que ele teria vencido já no primeiro turno.
Para Doria, que é visto como candidato à presidência em 2022, novas eleições devem ser convocadas caso se prove que houve fraude e que Bolsonaro deverá se submeter à nova disputa.
"Antecipemos as eleições, façamos as eleições para presidente da República junto com as eleições de prefeitos e vereadores. Se ele acredita que ela foi fraudada, que se submeta a nova eleição ou obedeça as regras. As regras estão claras", disse o tucano após conversa com Rodrigo Maia, em Brasília.
Impeachment
A fala de Bolsonaro sobre fraude na eleição fortaleceu articulações por um impeachment que já vinham sendo discutidas. O vereador de Belo Horizonte Gabriel Azevedo (sem partido) é um dos que já se preparam para emparedar o presidente. Em entrevista à Rádio Itatiaia nesta terça-feira (10), ele afirmou que entrará com um pedido de impeachment contra Bolsonaro caso ele não apresente provas de que a eleição, de fato, foi fraudada. O político disse ainda que, caso Bolsonaro apresente provas, pedirá a anulação do pleito.
“Ele está tentando contra o Poder Judiciário, que coordena o processo eleitoral. Isso não é papel de chefe de Estado e chefe de governo. Portanto, se ele não apresentar as provas, eu ingressarei com um pedido de impeachment. E se ele apresentar as provas, ótimo. Eu ingressarei com um pedido de anulação da eleição, porque eleição com fraude não é legítima”, afirmou Azevedo.
No início desta tarde, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou uma nota rebatendo Bolsonaro e reafirmando a credibilidade do sistema de votação.
Requerimento na Câmara
Também nesta terça-feira (10), o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) informou que entrou com um ofício na Câmara para que o presidente Jair Bolsonaro apresente provas sobre a fraude que disse ter existido na eleição de 2018.
Além do requerimento sobre a suposta fraude na eleição, Frota já havia afirmado, no final de semana, que vai entrar com um pedido de impeachment contra Bolsonaro pelo incentivo do presidente às manifestações do dia 15 de março que pedirão o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Maia não descarta impeachment
Na semana passada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teria dito nos bastidores que estaria disposto a abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro caso receba um pedido “bem fundamentado”.