Fascismo: Bolsonaro admite censura em nome da família e de Deus

"A gente não vai perseguir ninguém, mas o Brasil mudou", disse o presidente durante simpósio conservador em Ribeirão Preto

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
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Após comunicar a censura de diversos espetáculos em órgãos culturais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) admitiu neste sábado (5) que o cancelamento das obras é uma medida para "preservar os valores cristãos". O presidente também afirmou que serão feitas mudanças na área cultura, citando a Funarte e a Ancine, mas sem detalhar quais as alterações. Bolsonaro falou sobre o tema ao participar, por videoconferência, de um simpósio conservador realizado em Ribeirão Preto. "A gente não vai perseguir ninguém, mas o Brasil mudou. Com dinheiro público não veremos mais certo tipo de obra por aí. Isso não é censura, isso é preservar os valores cristãos, é tratar com respeito a nossa juventude, reconhecer a família", disse Bolsonaro. Sobre a Funarte e Ancine, Bolsonaro disse que está preparando mudanças. "Nós não podemos perder a guerra da informação, deixamos tudo isso muito à vontade no passado. Estamos preparando mudanças aí na questão da cultura, da Funarte, da Ancine. Muita gente empregada lá em cargos de comissão desde o primeiro ano do governo Lula", disse. O ministro Osmar Terra, da Cidadania, exonerou 19 servidores do Centro de Artes Cênicas da Funarte nesta sexta-feira (4) sem consultar o diretor Roberto Alvim sobre a decisão. Jorge Lemos, presidente da Asserte (Associação de Servidores da Funarte), afirmou que “o momento é preocupante para esta fundação pública, pois não apenas sua autonomia vem sendo desconsiderada como princípios fundamentais da administração pública como a legalidade, a impessoalidade e a moralidade estão cada vez mais em xeque”, diz. “O controle social é fundamental para que a Funarte permaneça como instituição pública e não de governo”, segue Lemos.