Felipe Neto tem primeira vitória judicial contra deputado bolsonarista

Carlos Jordy, do PSL, insinuou que o youtuber teria responsabilidade pelo massacre de Suzano; postagem no Twitter terá que ser deletada

O deputado processado Carlos Jordy, com Jair e Flávio Bolsonaro (Reprodução)
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O youtuber Felipe Neto comemorou, em sua conta no Twitter, a primeira vitória contra o deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ), em processo por calúnia e difamação que move contra o político. O parlamentar, também pela rede social, insinuou que o influenciador  digital seria indiretamente responsável pelo atentado de Suzano (SP), que deixou 10 mortos, em março, na escola estadual Professor Raul Brasil. "Na medida em que é grave a acusação de que o Autor [Felipe Neto], de alguma forma, estaria vinculado ao bárbaro crime de Suzano, bem como o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo decorrente do manifesto dano à imagem de se vê [sic] associado a uma prática criminosa, defiro a tutela antecipada de urgência para determinar a exclusão do tweet", manifestou-se o juiz Arthur Eduardo Magalhães Ferreira, referindo-se à publicação do parlamentar bolsonarista. O magistrado impôs multa diária de R$ 1 mil ao Twitter Brasil, caso a ordem não seja cumprida em até 48h. Felipe Neto, por sua vez, disse que dará sequência ao processo em busca de justiça. No tweet de Carlos Jordy que deu origem ao processo, ele acusou: "Quando digo que pais não devem deixar os filhos assistirem vídeos do Felipe Neto, não é brincadeira. Em 2016 ele fez vídeo ensinando a entrarem em sites da deepweb. Agora descobriram q os assassinos de Suzano pegaram as informações para o massacre num dos sites após assistirem ao vídeo". Na ocasião, em nota, a assessoria do youtuber informou que "o referido deputado cometeu crime de calúnia. Felipe Neto reitera que fez um vídeo, publicado em 2016, cujo objetivo era justamente denunciar, alertar e impedir esses chans de continuarem a existir, levando o assunto ao conhecimento da sociedade para que a mesma contribuísse para o fim disso". Deep web é o nome dado para uma zona da internet que não pode ser detectada facilmente pelos tradicionais motores de busca, garantindo privacidade e anonimato para os seus navegantes. Por essa razão, é também utilizada para a prática de crimes, como pedofilia e tráfico humano.