Fernando Haddad: “Estão aprisionando nosso futuro, não um homem”

Prisão política de Lula é tema da oitava edição da Jornada pela Democracia em São Paulo, que intelectuais e artistas

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[caption id="attachment_133471" align="alignnone" width="848"] Foto: Mauro Calove/lula.com.br[/caption] Um misto de emoção e a indignação tomou conta da Jornada pela Democracia, que reuniu intelectuais e artistas em São Paulo, na noite desta segunda-feira (14), no auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo. Dom Angélico, que celebrou a missa que antecedeu a prisão de Lula, fez questão de abençoar a família do ex-presidente. Organizada pelo deputado federal Paulo Teixeira e pelo jornalista e escritor Camilo Vannuchi, a Jornada, já na sua oitava edição, se dedica acusar o golpe e defender o ex-presidente. As informações são do site de Lula (lula.com.br). O encontro teve como objetivo debater a fragilidade da democracia no Brasil e a prisão política do ex-presidente. Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula e amigo de longa data, deu o tom da noite: “Quando venho para um evento desses, fico imaginando que quem gostaria de estar aqui era o Lula”. Responsável pelo Plano Lula de governo, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse estar muito animado para construir propostas para voltar a melhorar o Brasil com a candidatura do presidente Lula e completou: “Estão aprisionando nosso futuro, não um homem”. O escritor Raduan Nassar, conhecido pelo jeito discreto e tímido, fez questão de ressaltar que “quem defende o estado democrático de direito está correndo o risco de perder sua liberdade”. E completou: “Lula está sempre presente, seja o que for: Lula livre, Lula presidente”. Nesta segunda-feira (14) foi divulgado que a mortalidade infantil voltou a crescer no Brasil e a ex-primeira dama de São Paulo, Ana Estela Haddad, lembrou aos presentes deste dado. “Eu vi o Brasil sair do mapa da miséria e hoje o Brasil deixou de reduzir a mortalidade infantil após 13 anos, é muito triste. E quem mais fez pelo Brasil é quem está sendo criminalizado? Onde estamos?”. Ana Estela homenageou a família e os funcionários do Instituto Lula: “O momento é muito difícil, mas que bom que estamos juntos. A força de vocês é muito importante pra nós”. O advogado Wilson Ramos Filho, conhecido como Xixo e um dos organizadores do livro “Enciclopédia do Golpe”, que está indo para sua terceira edição, afirmou que o papel do poder judiciário neste processo injusto contra Lula precisa ser contado. “Esse golpe não teria acontecido sem o poder judiciário”. As cineastas Laís Bodanzky, Tata Amaral e Maria Augusta Ramos – que dirigiu o filme “O Processo” – que relata o golpe de 2016, também se somaram ao coro “Lula livre”. O filme, já premiado internacionalmente, será lançado em todo Brasil na próxima quinta-feira.