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Em entrevista a Pedro Venceslau, divulgada na edição deste domingo (14) pelo jornal O Estado de S.Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro. "Do meu ponto de vista pessoal, o Bolsonaro representa tudo que não gosto. Só ouvi a voz do Bolsonaro agora. Nunca tinha ouvido", disse o tucano.
FHC chegou a ser ameaçado de morte pelo capitão da reserva em 1999, quando ainda presidia o Brasil. "Através do voto, você não vai mudar nada neste país. Nada, absolutamente nada. Você só vai mudar, infelizmente, quando nós partirmos para uma guerra civil aqui dentro. E fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC”, disse, à época, Bolsonaro no programa Câmera Aberta, na TV Bandeirantes.
Mesmo com a imparcialidade declarada do PSDB - que levou tucanos como João Doria, candidato ao governo de São Paulo, para o colo de Bolsonaro -, FHC diz que, de sua parte, está excluída qualquer possibilidade de conversa com o militar reformado. Perguntado se vai declarar voto, respondeu: "Quero ouvir primeiro. Não sei o que vão fazer com o Brasil. O Bolsonaro pelas razões políticas está excluído. O outro eu quero ver o que vai dizer".
Demonstrando certo ressentimento com PT - "as coisas que eles dizem a respeito do meu governo não correspondem às coisas que acho que fiz" -, o ex-presidente diz que tem relações "pessoais e cordiais" com o candidato petista, Fernando Haddad, insinuando que há possibilidade de um apoio, mesmo que velado, ao presidenciável neste segundo turno.
Perguntado se há porta aberta para Haddad, FHC responde: "eu não diria aberta, mas há uma porta. O outro não tem porta. Um tem um muro, o outro uma porta. Figura por figura, eu me dou com Haddad. Nunca vi o Bolsonaro".
Leia a entrevista na íntegra.